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Crítica: ‘O Sétimo Guardião’ perdeu o fôlego em sua primeira semana

Nova trama de Aguinaldo Silva tem enredo instigante, estreou com bom ritmo, mas ficou muito lenta o decorrer dos capítulos

Jorge Luiz Brasil Publicado em 19/11/2018, às 21h37 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Leon, Marina e Bruno foram os destaques da primeira semana - Divulgação Globo
Leon, Marina e Bruno foram os destaques da primeira semana - Divulgação Globo

Encerrada a primeira semana de O Sétimo Guardião, é hora de fazer um balanço sobre o retorno de Aguinaldo Silva ao realismo fantástico. E o que já se pode afirmar é que o estilo dramatúrgico é muito bem-vindo! Aguinaldo domina essa ferramenta como poucos e sabe mesclar fantasia com temas relevantes à sociedade. Após tantas tramas calcadas em histórias tão realistas, o público necessitava de mais suavidade no horário nobre. E isso não quer dizer que não teremos pela frente muita polêmica, vilões implacáveis, humor, suspense e boas doses de adrenalina, como constatamos no bem executado acidente de Gabriel (Bruno Gagliasso), no primeiro capítulo, e no sexo leguminoso entre Rita de Cássia (Flávia Alessandra) e o delegado Machado (Milhem Cortaz), no episódio da sexta 16.

No que se refere à história central, ela é instigante. Seis guardiões protegem uma fonte mágica (medicinal e rejuvenescedora) e o líder deles, Egídio (Antonio Calloni), descobre pelo gato Leon que ele será substituído por um sétimo guardião, no caso, Gabriel (Bruno Gagliasso), filho que Egídio nem imagina que exista. Os núcleos paralelos também são interessantes. A crueldade da beata Mirtes (Elizabeth Savalla) com a nora alcoólatra, Stella (Vanessa Giácomo), impressiona; a incomum vida sexual do casal Cássia e Machado ainda vai dar muito o que falar e Valentina (Lilia Cabral) já dá indícios de ser implacável e não ter limites na conquista de seus objetivos.

Com uma produção pra lá de esmerada, O Sétimo Sol tem ótimos figurinos, cenários, fotografia e caracterização (cabelo e maquiagem). A abertura (a cargo de Alexandre Romano), então, é um primor. É uma das mais lindas e bem encaixadas com a sinopse da novela dos últimos tempos. A principal pedra no caminho de Aguinaldo e do diretor artístico, Rogério Gomes, é o ritmo da novela. Após um primeiro capítulo muito dinâmico, a história foi perdendo fôlego e ficou muito lenta. Valentina ficou três capítulos com o mesmo vestido, apesar do tempo ter passado normalmente na cidade de Serro Azul. A amnésia de Gabriel está demorando muito para passar e todo mundo já entendeu que Luz (Marina Ruy Barbosa) não quer nada com Junior (José Loreto). Menos ele. Loreto, aliás, repete o mesmo personagem obcecado  e descontrolado que ele já viveu em Boogie Oogie (2014) e o espectador sabe muito bem disso.

Já a química entre Luz e Gabriel é excelente e o casal conquistou a torcida da galera. Lindos e talentosos, Marina e Bruno formam um casal encantador e com uma discreta, mas intensa tensão sexual. O elenco está todo muito bem escalado e todos se saíram bem, sem nenhum destaque específico. Mas já dá para especular que Marcello Novaes (Sampaio), Flavia Alessandra, Milhem Cortaz, Ana Beatriz Nogueira, Zezé Polessa, Elizabeth Savalla e Vanessa Giácomo têm bons papeis em mão.

Letícia Spiller é a única que destoa negativamente. Não pela atuação. A atriz é ótima. Na pele de Marilda, ela está belíssima e engraçada, mas não dá para entender o fato de a primeira-dama de Serro Azul ser a única em toda a cidade a ter um sotaque caipira tão carregado. Esse fato está jogando a personagem na caricatura, o que é uma pena. Por fim, o grande astro da novela: o gato León. Tanto os felinos de carne e osso, quanto os digitais e mecânicos, são carismáticos e irresistíveis. Por volta do capítulo 30, Leon vai ganhar o corpo não menos “gato” de Eduardo Moscovis, mas todo mundo vai sentir saudade do felino mais lindo surgido na TV nos últimos tempos.