O sambista desabafou sobre o racismo presente no Brasil, em especial, nas favelas
Redação Contigo! Publicado em 23/10/2020, às 12h20
O sambista Neguinho da Beija-Flor, um dos principais intérpretes do Carnaval do Rio de Janeiro, comoveu os fãs ao fazer um tocante relato sobre o racismo no Brasil.
Após seu neto, Gabriel Ribeiro Marcondes, de 20 anos, ser baleado em uma operação policial no último sábado (19), o sambista afirmou que irá se mudar para Portugal para criar sua filha caçula em segurança.
"Morreram mais dois lá, junto com meu neto. Tinha algum branco? É ruim, hein? Só tinha preto da comunidade", afirmou.
"Se eu não tivesse dado sorte na música, se não fosse conhecido no mundo todo - no mundo todo, não só no Brasil -, eu não estaria mais aqui (vivo) há muito tempo. Na favela, a polícia atira primeiro e pede documento depois."
Indignado, Neguinho ainda contou que ouviu algumas pessoas afirmaram que o rapaz foi vítima de uma fatalidade por estar no "local errado".
"O garoto estava desarmado. Mas aí as pessoas falam: 'Ah, mas ele estava no local errado, na hora errada'. E queriam que ele estivesse onde? No Morumbi? Em Copacabana? No BarraShopping? Aliás, se ele estivesse no shopping, o segurança estava andando atrás dele, com certeza", disse.
A DESPETIDA
Neguinho da Beija-Flor emocionou a web ao se despedir do neto.
Nas redes sociais, ele publicou uma foto ao lado de Gabriel e desabafou sobre o drama que vive após o assassinato do rapaz.
"Está sendo um momento muito difícil. Em minhas lembranças será sempre esse menino sorridente", declarou ele. "Que meu neto Gabriel esteja agora nos braços do Senhor!", escreveu o cantor.
