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Exclusivas / ESTREIA NA GLOBOPLAY

'Todas as Mulheres do Mundo' é beleza necessária em momento de caos, diz Jorge Furtado

Série que estreia nesta quinta mantém poesia do cotidiano presente na obra de Domingos de Oliveira

Gustavo Assumpção Publicado em 22/04/2020, às 12h29 - Atualizado em 01/05/2020, às 22h59

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Todas as Mulheres do Mundo: seriado presta homenagem ao legado de Domingos de Oliveira - Globo / João Miguel Junior
Todas as Mulheres do Mundo: seriado presta homenagem ao legado de Domingos de Oliveira - Globo / João Miguel Junior

Quando o projeto que deu origem ao seriado Todas as Mulheres do Mundo surgiu, Domingos de Oliveira e uma de suas musas, a atriz Maria Ribeiro, procuraram Jorge Furtado. O diretor, criador de uma obra poética sobre as relações cotidianas e afetivas, trabalhava na criação de um diálogo com seu legado.

Apaixonado pela ideia, Jorge Furtado decidiu emplacar o projeto e procurou a TV Globo. "Todo mundo [que eu contava] se interessava. Começamos a trabalhar na série quando ele ficou doente e morreu”, conta.

A morte do diretor em março de 2019 não paralisou a produção e Furtado seguiu debruçado sobre o texto que, agora, chega ao Globoplay. Todas as Mulheres do Mundo narra as aventuras amorosas do arquiteto Paulo, personagem vivido pelo ator Emílio Dantas. Em cada episódio, uma mulher diferente se torna coprotagonista: são histórias de amor, paixão e dramas familiares regados ao lirismo tão conhecido da obra do diretor de clássicos como Barata Ribeiro, 716 e Edu, Coração de Ouro.

No texto, o cuidado foi manter a poesia e a filosofia peculiar de Domingos de Oliveira. Para que o objetivo fosse alcançado, a costura do roteiro reúne frases e trechos presentes em obras do diretor com criações originais. “Fiquei muito feliz com o resultado, acho que a gente conseguiu manter o espírito [da obra de Domingos]. Tem muita coisa original que a gente escreveu… é uma dramaturgia sem vilões”, conta ele que contou com a ajuda de Janaína Fischer na construção da narrativa.

Conhecido por adaptações para a TV de autores como Rachel de Queiroz e Rubem Fonseca, Furtado conta que não há receita pronta para manter as características de um autor. No caso de Domingos de Oliveira, a dificuldade foi manter o espírito lírico.

“Tem que mergulhar na obra do autor. Domingos não usa clichê, não tem frase feita. É tudo original, cada diálogo é sempre surpreendente. Essa ideia de que não pode usar clichê, de que tem que se expor, de que não tem truque, tem que estar presente. A gente vai pensando em como ele escreveria cada situação. Tem que ousar com a maior cara de pau possível”, diz ele com bom humor.

NA DIREÇÃO, UMA ALIADA

Todas as Mulheres do Mundo é o segundo trabalho de Jorge Furtado com Patrícia Pedrosa. Após o sucesso Mister Brau, ela agora assina a direção artística do seriado. 

“Foi um dos maiores presentes que já recebi. Eu conhecia a obra do Domingos, já havia acompanhado, mas nunca havia mergulhado. Quando recebi o convite, eu gelei. Senti uma responsa e comecei a estudar, vi tudo o que era possível e tentei me cercar das pessoas que fizeram parte da vida dele. Eu queria uma atmosfera que ele estivesse presente através dessas grandes pessoas”, conta ela que apostou em um viés delicado e intimista. “A gente seguiu o caminho do amor, do afeto”, diz.

Para conseguiu o resultado esperado, Patrícia apostou em uma fotografia com pouquíssima cor e na potência da trilha sonora. “Cada episódio é cantado por uma cantora, são onze, e cada uma delas gravou a abertura (o clássico Carinhoso, de Pixinguinha). Foi uma sugestão da Marisa Monte, convidada logo no início”, conta ela.

Para a diretora, uma das virtudes da série é que cada uma das personagens femininas é única. A pluralidade de corpos, personagens e estéticas foi uma proposta central do seriado.

“Todas são diferentes, todas são apaixonantes, não tem um padrão estético de beleza [entre as mulheres], de idade. E ele se apaixona por todas elas. Eu acho que essa lição da diversidade, de que são mulheres poderosas, nenhuma dela é recatada e do lar. Todas as mulheres do mundo são apaixonantes, esta é a grande lição do Domingos”, diz.

ESTREIA NESTA QUARTA

Todas as Mulheres do Mundo é dividida em 12 episódios. Em cada um deles, Paulo, personagem vivido por Emilio Dantas, tem um encontro transformador com uma personagem feminina. Entre as atrizes convidadas estão Sophie Charlotte, que abre a série, Maria Ribeiro, Fernanda Torres e Samya Pascotto. A atriz Lília Cabral vive a mãe do protagonista.

“Nesse momento em que a gente não pode se lamber, se abraçar, se beijar, vai ser um momento de beleza, de amor, de poesia, de esperança nesse momento tão difícil, de caos”, defende Jorge Furtado.

O primeiro episódio do seriado será exibido nesta quinta, 23, na TV Globo. Na mesma data, todos os episódios estarão disponíveis no Globoplay.