Contigo!
Busca
Facebook Contigo!Twitter Contigo!Instagram Contigo!Youtube Contigo!Tiktok Contigo!Spotify Contigo!

Seguindo em frente: Confira os bastidores do musical Forever Young

Uma semana após a morte do ator Marcos Tumura, integrante do elenco, Contigo! acompanhou a primeira apresentação da peça, em São Paulo

Por Tainá Goulart Publicado em 01/06/2017, às 15h17 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Confira os bastidores do musical Forever Young - Fotos: Rogerio Pallatta e Divulgação
Confira os bastidores do musical Forever Young - Fotos: Rogerio Pallatta e Divulgação
Nos camarins do Teatro Raul Cortez, em São Paulo, o tempo vira quase um brinquedo nas mãos do elenco do musical Forever Young, que conta a história de atores idosos e as dificuldades da velhice. Com um jogo de luz e sombra, feito com lápis marrom e branco, a imagem refletida no espelho vai ficando cada vez mais diferente e é assim, com muita maquiagem, que os sete atores se transformam em suas versões quase centenárias, como se estivessem em 2050, o ano do espetáculo. Porém, na sexta-feira (26), quando CONTIGO! acompanhou os bastidores, uma semana após a morte repentina do ator Marcos Tumura, aos 49 anos, vítima de um infarto, que também era um velhinho nos palcos, as risadas constantes deram lugar às lágrimas. “A falta do Tumura em nossas vidas é algo muito doloroso e, hoje, não temos a menor noção de como serão as nossas cenas. É um misto estranho de sentimentos, pois, pra gente, ele não era o Marcos Tumura, grande nome dos musicais, mas sim o Tu, o cara que chegava aqui e não saía enquanto não fizesse a gente rir ou cantar. Antes, eu procurava situações para me emocionar. Hoje, eu estou fugindo disso. Estamos aprendendo a lidar com a nossa própria morte, basicamente. Mas é vida que segue”, diz, emocionado, Carmo Dalla Vecchia, 45 anos. 
Na sexta-feira (26), todos do elenco do musical Forever Young, em cartaz no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, até 2 de julho, tinham um único objetivo: homenagear o colega Marcos Tumura (no detalhe, de chapéu), que faleceu na quinta-feira (18), vítima de um infarto. 


Drayson Menezzes, 26, que assumiu o papel de Tumura, comenta que o caminho mais fácil para lidar com a ausência é pensar na palavra honra. “Entrei para uma substituição, na segunda temporada, no início do ano, e só tive duas semanas para pegar o texto. Hoje, é a primeira vez que faço o papel dele e estou tentando me concentrar, mas está difícil”, revela ele, que, no dia, atuou ao lado de Fred Silveira, 44, Paulo Capovilla, 31, Naíma, 41, outra substituta, e Vanessa Gerbelli, 43. Marya Bravo, 45, e Miguel Briamonte, 56, também estão no elenco. 

Da esq. pra dir., Drayson, que ficou no lugar de Marcos Tumura, Carmo e Fred se concentram no make. “Estamos aprendendo a lidar com a nossa própria morte”, diz Carmo

Corpo todo dolorido
Enquanto se maquia, Vanessa contorna o rosto e cria rugas e linhas de expressão. Depois, ela recebe de Paula o ‘ok’ do check-list de acessórios, antes de entrar em cena. “Tenho tantas meias, perucas, batom... Me ver no espelho com quase 90 anos é um barato, porém, o pior é a hora de tirar. A paciência para desconstruir todo aquele rosto tem de ser grande”, diz a atriz, que entrou para substituir Cláudia Ohana, 54, em 2017. “Ver a peça é uma coisa, fazer é outra. O corpo, as intenções, as notas, precisei aprender tudo correndo e minha estreia foi meu ensaio”, relembra Vanessa. 

Carmo Dalla Vecchia, Paula Capovilla, Jarbas Homem de Mello, Naíma, e Tumura

Para Paula, a dificuldade maior é entender que o menos é o correto.“Foi muito dolorido o processo de construção do personagem. É difícil entender como dar pouca energia para cada cena. Dos musicais que eu já fiz, esse talvez seja o mais desafiador. O corpo ficava contraído, durante os dois meses de ensaio, e eu vivia correndo para comprar um analgésico”, lembra ela, que já protagonizou o musical Evita, em 2011. É ela quem canta a música Forever Young, que dá nome à peça. “Este texto é uma baita reflexão, principalmente depois do que nos aconteceu. É um prazer poder ver os idosos na plateia sorrindo e chorando ao mesmo tempo. O Tumura não conseguiu envelhecer, mas, com certeza, fez muita gente pensar sobre essa fase tão linda da vida!” 

Vanessa, Paula e Naíma se arrumam para o espetáculo