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Milton Cunha, comentarista de Carnaval da Globo, mostra sua coleção de ternos

Em Copacabana, Rio de Janeiro, Milton é chamado de Elton John. “O DNA da Carmen Miranda já veio no parto”

Por Tatiana Ferreira Publicado em 19/02/2016, às 15h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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O comentarista Milton Cunha do Carnaval da Globo - Fabrizia Granatieri
O comentarista Milton Cunha do Carnaval da Globo - Fabrizia Granatieri
A alma é emplumada no estilo barroco, pontua o carnavalesco Milton Cunha, 53 anos, para resumir a própria personalidade. Sua infindável coleção de blazers é a prova de que, pelo menos em sua autodefinição, Milton não exagera. O visual lhe valeu o apelido de Elton John nas ruas do bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, onde mora. E, assim como o exótico músico inglês, Milton, contratado da Globo para desfiar seus comentários afiadíssimos durante o desfile das escolas de samba do Rio, também não economiza brilho nos óculos. “Ainda criança era um problema. Nascido em família cheia de machões de Belém do Pará, ouvia quando eu tinha uns 4 anos: ‘O que eu vou fazer com este garoto?’ Porque desde criança eu já era esta criatura que joga os braços para cima. Incontrolável! Já nasci, ou melhor, estreei no mundo com tudo”, diz, gargalhando. O que poucos sabem é que, graduado em Psicologia, com doutorado em Letras, longe das plumas e dos paetês Milton tem um lado bem pacato. Casado há oito anos com o profissional de Educação Física Eduardo Costa, 35, vive em casa a tranquilidade de um relacionamento estável e seguro. Programa a dois? Ver filmes ou ler bons livros.

“Múlti” milton
“O Milton não é, ele és. Sou acadêmico, da fuzarca, da fantasia, da loucura e da tranquilidade. Te diria que sou multifacetado e levo as facetas às últimas consequências. Sou muito de muito. Comigo menos não é mais. Pelo amor de Deus! Mais é mais. Então eu arranjo tempo para viajar, para estudar. Sou extremamente organizado para que as várias facetas convivam e que sejam todas elas felizes.”


Vida a dois
“A vida com o meu marido é totalmente pacata e recatada. Nossos programas incluem muitos filmes e livros. Eu e ele somos apaixonados pelas mesmas coisas. O bom é que ele sabe distinguir o marido do personagem. Sou um artista que ganha dinheiro com a loucura e com a fantasia. Saímos juntos e, quando preciso, enlouqueço, deixo ele no camarote e vou!”
a partir das 2h “Apesar dessa agitação que você vê, preciso muito de tranquilidade. Jamais conseguiria acordar na loucura. As minhas manhãs são sempre calmíssimas. A coisa vai enlouquecendo a partir das 2h da tarde. Depois do almoço é que tudo começa a virar um turbilhão.” 


Íntimo de todos
“O carioca sabe que sou da ‘pá virada’ e do ‘barro remexido’. Ele sabe que está tratando com alguém tão alucinado, tão espontâneo, que já vem gritando. É motorista de ônibus, senhora, criança... É uma loucura. Apesar de ser um personagem, sou também naturalmente irreverente, daqueles que diz loucuras mesmo. Todos entendem, pois me têm como íntimo.”
normal?
“No meu armário tenho umas peças normais para sair para comer com o marido na esquina. Se bem que não é normal porque está vestido em mim, né? Mesmo que eu esteja todo de branco, os garçons gritam: ‘Elton John!’ No meu caso, o personagem é maior que a roupa que eu uso.”

Limite de 500
“Tenho uma equipe de dez pessoas muito criativas. Um mês antes de cada projeto, nos reunimos para decidir o que usarei. Também ganho de artistas do Brasil inteiro. Quando bate em 500 peças, começo a doar para escolas de moda, pesquisadores e museus. Se eu não tivesse doado nenhum, ao longo de 30 anos de carreira, estaria com 3 mil peças. São ternos maravilhosos, que custam cerca de 1,5 mil reais.”