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“Me arrependo de 90% das coisas que fiz na vida", diz Selma Egrei

Eleita uma das mulheres mais belas de sua geração, a atriz faz sucesso com a personagem Encarnação de Velho Chico, rejeita o rótulo e fala da exposição

Por Tatiana Ferreira Publicado em 07/07/2016, às 20h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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Selma Egrei - Fotos: Fabrizia Granatieri
Selma Egrei - Fotos: Fabrizia Granatieri
Simples na essência, Selma Egrei foge como pode dos holofotes. Mesmo com o sucesso de um papel como o de Encarnação, em Velho Chico (Globo). “Tenho horror a este glamour que envolve nossa classe, principalmente na TV. Essa ostentação me incomoda. Quando vejo uma atriz do meu lado que tem essa coisa estudada, cheia de pose, tenho agonia, prefiro sair de perto para não falar besteira”, admite rindo. Essa aversão foi um dos motivos que a levou investir no teatro e no cinema até que sua carreira foi tomando um rumo da qual começou a desagradar. “Os espetáculos precisavam de patrocínio e, para conseguir, tinha que ter um nome na TV. E quando o cinema começou a tomar o mesmo rumo, decidi me afastar”, conta.

Selma ficou longe por 12 anos. Nesse período, estudou terapia corporal na França e na Bélgica e começou a trabalhar na área. “Foi ótimo! Um período muito bom de convivência e troca com essas pessoas. Na época, a única coisa que fiz foi teatro, dança, coisas alternativas, que não tinham a ver com circuito comercial”, lembra saudosa. Suas escolhas, no entanto, lhe custaram um preço. E ela sabe disso! “Se eu pudesse mudar a minha história, transformava muita coisa. Tem gente que não se arrepende de nada, já eu, me arrependo de 90% do que fiz na vida. Tantos atores que fazem cinema e TV e ganham tanto dinheiro... Compra casa, carro, viaja e comigo nada! Eu sempre ganhei um cachezinho de merda, mas sou eu, né?! Fiz tudo errado”, avalia. 


Com uma vida confortável, mas sem luxos, ela, que é casada com o fotógrafo Nei Spalonzi, divide um sobrado de dois quartos no Butantã, em São Paulo, com 23 gatos e cinco cachorros. “Graças a Deus, estou há alguns anos tranquila. Não sobra dinheiro, mas dá para arcar com todas as minhas responsabilidades. Sou feliz. Gosto da minha vida e de ter conseguido trilhar um caminho que me satisfaz e é coerente com aquilo que penso”, garante ela. Eleita como uma das mais belas de sua geração, torce o nariz ao tocar no assunto. “Tenho rejeição mesmo. Não é uma coisa que eu gostaria que enxergassem em mim. Quando comecei, me incomodava demais. Era chato ser chamada por ser bonita e não pelo meu talento”, reclama. 

Se autodefinindo como hippie, a paulistana nunca teve preocupação com aparência. “Nunca fui de nenhum movimento, mas sempre fui esta coisa relaxada. Já vem de berço e também das minhas escolhas de ter uma vida mais natural, simples. Isso me ensinou a ver todo esse glamour como uma coisa de fora. Esse mundo não cabe em mim”, reflete. E, quando o assunto são drogas, ela admite: “Fumei maconha. Fez parte de toda a minha geração. Às sextas-feiras, toda a turma de arte dramática ia lá para casa ouvir música, beber e fumar. Assim ia até sábado de manhã. Depois isso começou a me incomodar, achei esquisito. O álcool também era uma coisa da juventude. Parei. Não existe mais espaço para isso na minha vida”, justifica a atriz.