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Marcus Majella mostra o seu lado tiozão nos cinemas

Uma das maiores estrelas atuais do humor, o ator vive no filme Um Tio Quase Perfeito um cara bonachão e falido, que se desdobra em muitos personagens e ainda precisa cuidar dos sobrinhos

Por Ligia Andrade Publicado em 08/07/2017, às 18h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Marcus Majella no filme Um Tio Quase Perfeito - Fotos: Desirée do Valle
Marcus Majella no filme Um Tio Quase Perfeito - Fotos: Desirée do Valle
Sabe aquele típico brasileiro que não desiste nunca? Assim é Tony, o personagem de Marcus Majella, 38 anos, no filme Um Tio Quase Perfeito, em cartaz nos cinemas. “Vejo nele muito da situação atual de tanta gente que não tem emprego fixo.Principalmente dos atores, que mal conseguem pagar suas contas. Eu mesmo já passei por isso um dia. Tony é um minipicareta adorável, diria. Aplica alguns golpes para sobreviver, mas não chega a ser um mau-caráter. Nada pesado. É um cara tranquilão”, destaca o intérprete. No longa, dirigido por Pedro Antonio, 37, Tony é despejado de casa e, abrigado pela irmã, precisa tomar conta dos sobrinhos. O elenco conta ainda com Letícia Isnard, 42, e Ana Lucia Torre, 72. “No geral, não me chamam para fazer comédia, mas adoro! As pessoas acham que sou muito séria. Decidi me aventurar um pouquinho. Adorei fazer, me diverti do início ao fim”, vibra Ana Lucia, que trabalhou pela primeira vez com Majella. “Não o conhecia pessoalmente, que pessoa extremamente agradável, divertido, delicado, educado. E as crianças? Encantadoras! Me dei bem com as três. Acho que pelo fato de ser avó, consegui me entrosar bem.”

João Barreto Julia Svacinna, Sofia Barros, Ana Lucia Torre e Majella em cena
Reconhecimento imediato
Quando leu o roteiro, Letícia se encantou imediatamente. “É um tema que a gente precisa falar: transformação, ética, a certeza de que as pessoas podem melhorar. O filme mostra a mudança desse cara pelo amor. Sou mãe recente e esse universo tem me tocado ainda mais. Não temos muitas produções desse tipo. A reconciliação é o grande tema, mexeu muito comigo e me deu vontade de falar dele”, continua. A atriz conheceu o intérprete de Tony com o Porta dos Fundos. “É tão bom ver um cara estourando, né? Admiro para caramba. O filme é na medida e o transporta para um mundo mais humanizado, que ele faz bem. Acho ótimo para experimentar outra densidade de personagem, mesmo que dentro do humor”, diz ela sobre o humorista, um dos maiores destaques de sua geração.

O diretor, Pedro Antonio, passa instruções ao ator

Inspiração no amigo e diretor
Um Tio Quase Perfeito foi todo rodado na cidade do Rio de Janeiro e explora bem as paisagens cariocas, mostrando o dia a dia da cidade. Algumas cenas foram filmadas, por exemplo, no Largo do Machado, na zona sul, e pararam o público, assim como a sequência na praia da Barra da Tijuca. Bairros tradicionais como Urca, Tijuca e Grajaú também serviram como cenário do longa. O resultado final superou a expectativa do diretor. “O cinema demorou para chegar à minha vida. Mas, também... veio que veio”, brinca ele, que já está trabalhando com Majella em outro projeto, Os Salafrários, que começa a ser rodado no segundo semestre. E lança em breve mais dois filmes: Altas Expectativas e a comédia Uma Pitada de Sorte, com Fabiana Karla, 41. Amigo pessoal do protagonista, Pedro conta que a parceria entre eles começou em Tô Ryca (2016) – seu primeiro longa –, e foi parar na TV, no Ferdinando Show, que ganha a terceira temporada em agosto, no Multishow. “Em Um Tio, buscamos referências em clássicos como Quero Ser Grande, Três Solteirões e um Bebê e o próprio Uma Babá Quase Perfeita. O filme tem esse afeto dos anos 1990, marcou a minha geração e a do Majella. Queríamos trazer essa memória para os dias de hoje.” 
A filmagem chamou atenção de quem passava pelo local

Por sua vez, o intérprete de Tony se inspirou no amigo para compor o personagem bonachão. “Fiz a construção desse tio ao longo de dois meses junto com ele. Durante esse tempo, fui percebendo que Tony era o próprio Pedro, com esse jeito de tiozão, meio ogro. Então, estava me dirigindo e o imitando, foi fácil e difícil ao mesmo tempo. Sempre me inspiro nos meus amigos para fazer os personagens”, revela o ator, completando, sobre as várias facetas que exibe no filme, algumas bem caricatas, como quando incorpora personagens com fantasias, um trabalho vestido como animal e até um vidente: “Quero que as pessoas acreditem nesse tio, que ele exista, assim como acreditam no Ferdinando. O meu maior desafio talvez seja esse: que o vejam como um cara real, possível.”