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Marcos Mion em família: "Não seria quem sou se não tivesse o Romeo"

Marcos Mion conta como a chegada dos três filhos, em especial Romeo, que está dentro do grupo do Transtorno do Espectro Autista (TEA), transformou a sua vida ao lado da mulher, Suzana Gullo

Por Tainá Goulart / Fotos: Marco Pinto Publicado em 05/05/2016, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h44

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O apresentador Marcos Mion com os filhos Romeo, Donatella e Stefano, e a mulher Suzana Gullo e a fofura da Pankeka, na casa de veraneio da família, em Itu - Fotos: Marco Pinto
O apresentador Marcos Mion com os filhos Romeo, Donatella e Stefano, e a mulher Suzana Gullo e a fofura da Pankeka, na casa de veraneio da família, em Itu - Fotos: Marco Pinto
A correria no jardim da casa de veraneio de Marcos Mion, na cidade de Itu, interior de São Paulo, é enorme. A golden retriever Pankeka não sabe para onde ir: se para o lado de Romeo, Donatella, ou de Stefano, os filhos do apresentador com a empresária Suzana Gullo, frutos de 11 anos de união. Minutos depois, a brincadeira já é outra, com os três correndo pelo campo de futebol. Em seguida, a vez é da piscina, do balanço, do videogame... A criatividade é intensa e a energia para executar todos esses “planos mirabolantes”, também. “A Donatella é o cérebro sempre, dobra qualquer um, principalmente eu. O Stefano é o peão de obras, ele faz tudo o que a irmã manda e é o que mais toma bronca. É o ‘ogrinho’ dos três. O Romeo vê os outros dois fazendo, se empolga e repete aquilo umas 50 vezes, pois faz parte das características dele”, diz o apresentador do Legendários (Record), consolidado nas noites de sábado há seis anos, que logo é abordado pelo primogênito. “Papai, você me ama?”, pergunta – e Mion responde “sim, e muito”. “O Romeo é a nossa pilastra, é ele quem coloca nosso pé no chão, que centra todo mundo. Ele não entende amor que não seja total”, se derrete sobre o menino, que faz parte do grupo do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Confira o papo...

Silêncio? Nunca! 
"Eu não consigo ver minha casa em silêncio. Quando está tudo quieto, eu fico angustiado, acho que alguma coisa está errada. Estou acostumado a um nível de decibéis bem alto e, se diminui, logo em seguida vejo que eles aprontaram alguma. Relacionei o barulho à felicidade, é como se eu estivesse tranquilo por ver meus filhos fazendo bagunça. Quando preciso voltar para trabalhar e eles ficam longe, é a morte. Ver a casa vazia é sinônimo de depressão!”

Na base da conversa
“Ser pai de verdade é algo que não dá para fingir. Nenhum assunto relacionado a meus filhos é bobagem ou simples. Eu os educo com o maior respeito do mundo, ajoelho para ficar na altura deles, olho nos olhos e falo as coisas que preciso ou chamo atenção para algum detalhe com a voz calma. Jamais vou bater ou levantar a mão. Quando você bate, uma relação de desconfiança e medo é criada e não quero que isso aconteça com eles.”


Homem de Verdade
“Quis ser pai a minha vida inteira. No meu aniversário de 16 anos, cortei o bolo fazendo o pedido para ser pai antes dos 22. Perdi várias namoradas porque queria ter um filho e elas não queriam! O Romeo veio quando eu tinha 24 anos, eu era muito jovem, mas digo que foi muito melhor do que eu poderia ter desejado. No momento em que peguei ele no colo, virei um homem de verdade. Mudei a minha postura.”

Sem sofrimento
“Quando começamos a perceber que o Romeo tinha algumas características diferentes do comum, não teve um momento de desespero, susto ou receio. Entendi que não precisava sofrer com algo que tinha total capacidade de evolução. Eu o tratei como uma criança normal e acho que por isso ele é assim, tão fantástico. Se eu não falasse que ele faz parte do espectro autista, ele passaria por um menino tímido.”

Xodó nacional 
“Meu único receio era em relação à exposição do Romeo. Por isso, só falamos do assunto quando ele já estava um pouco mais velho. Eu e minha família ficamos preocupados com o que as pessoas iriam falar por não saber do que se tratava. E, para não deixar que essas coisas ruins acontecessem, decidimos ficar um pouco reclusos até que tivéssemos total propriedade do assunto. Eu queria ter mais conhecimento para poder responder às perguntas que sabia que um dia chegariam. Porém, quando falamos foi um alívio imenso e hoje o Romeo é um xodó nacional.”

Instrumento de amor 
“Eu me sinto muito feliz de ver que o Romeo está servindo de exemplo para muitas pessoas. Tenho um orgulho enorme quando vejo o depoimento dos fãs nas mídias sociais. Sou apenas um instrumento para levar o amor do Romeo adiante. Digo que trouxe calma e conhecimento para os pais dessas crianças e vi que as pessoas se sentiram à vontade depois que comecei a falar com mais naturalidade do assunto. A informação não chega ao Brasil e é um barato quando alguém me aborda e diz que agora sabe o que o filho tem, por ter acompanhado a minha história. Falo: ‘Parabéns, que incrível você ter um filho autista!’ E é o que eu acredito. É uma bênção que recebemos de Deus. Não seria o homem que eu sou se não tivesse o Romeo.”


Os três mosqueteiros 
“É muito difícil dar atenção equilibrada a todo mundo. O Romeo demanda mais da gente, porém, nos esforçamos para atender aos outros dois igualmente. O caçula é o que mais sofre, tadinho! Desde muito cedo, eu e a Suzana colocamos essa semente de família nos três e a estamos cultivando a partir daí. Acho que funcionou bem, pois eles são muito ligados de verdade. Não tem como eu falar quem é o mais bagunceiro, pois, quando juntam os três, eles viram uma quadrilha (risos)! Eles causam muito aqui em casa. Quando vão a algum evento em que há muitas crianças, como um acampamento, eles fazem de tudo para um ficar perto do outro. É o ditado: mexeu com um, mexeu com todos.”

Malhação
“Brincar com eles é praticamente um segundo treino da academia. Quem treina comigo me admira pela disposição. Faço meus exercícios todo santo dia, com alto nível de intensidade, pois é um treino que atletas de fisiculturismo praticam. Em seguida, saio para brincar com meus filhos, mesmo com a perna tremendo, quase sem forças.”

Espaço para mais um?
“Ter mais um filho já foi um assunto polêmico em casa e fui convencido que não rola. Eu tenho uma tatuagem com o nome dos três e tem um espaço em branco, mas acho que vou colocar o nome da Pankeka (risos). A evolução do Romeo tem total ligação com a presença dos irmãos e queríamos dar um monte de companhia para ele. Porém, eu e a Suzana casamos cedo e, desses 11 anos de casado, seis ela passou gestando, parindo e amamentando. Mas, vai saber! Se vier, será mais um presente de Deus!”

Residência no Brasil 
“Começamos a ir para Miami porque achamos um tratamento por acaso para o Romeo lá. A clínica era fantástica, com uma qualidade absurda, e começamos a ficar na cidade, por causa do tempo que o tratamento levava. Ou seja, emendamos três, seis, nove meses nos Estados Unidos e, na época, não tínhamos falado abertamente sobre isso, ficou meio no ar aqui no Brasil. Rolou um monte de boatos de que mudamos, mas era mentira. Nossa residência é em São Paulo, só viajamos para Miami quando temos férias escolares das crianças.”

Mulher fascinante
“Durante a gravidez da Donatella, a Suzana passou oito meses deitada de repouso e eu nunca vi uma mulher ser tão forte e guerreira quanto ela. Minha admiração cresceu de uma forma infinita. Ela é incrivelmente fascinante. Ela é um exemplo para mim, em todos os sentidos.”

Ele é um 'tipão'! 
“O tempo foi generoso comigo (risos). Amadureci muito, deixei as atitudes loucas só para a TV. A Suzana teve sorte, casou com um magrelo e agora tem o cara bonitão! As pessoas acompanharam meu crescimento na TV, mas percebo um espanto delas. Ouço perguntas e afirmações do tipo ‘O Mion tem filhos?’ e ‘O Mion está grisalho!’ Elas entraram em coma e acordaram hoje, só pode ser (risos)! Acham que do nada eu fiquei com cabelo branco e estou grisalho há uns cinco anos já!”