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Exclusivas / LUTA

Ex-BBB Marcela McGowan exalta namoro leve com Luiza e pede fim dos julgamentos: “A gente quer respeito”

Em entrevista, médica comemora conquistas da comunidade LGBTQIA+ e lembra a transição do irmão

Mariana Melro Publicado em 17/06/2021, às 11h38

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Marcela McGowan do BBB20 atropela tabus e fala sobre bissexualidade, namoro com Luiza e luta por respeito: “Sensações doídas” - Reprodução/Mariane Oliveira
Marcela McGowan do BBB20 atropela tabus e fala sobre bissexualidade, namoro com Luiza e luta por respeito: “Sensações doídas” - Reprodução/Mariane Oliveira

No mês em que é celebrado o Orgulho LGBTQIA+, a ex-BBB Marcela McGowan, médica ginecologista e especialista em saúde LGBT, comemora o momento de liberdade que vive.

Vivendo sem tabus, ela conversou com CONTIGO! sobre o romance com a cantora Luiza, contou de onde veio a coragem para assumir a sua sexualidade e também relembrou um momento que marcou sua trajetória: o processo de transição do irmão transexual.

SEXUALIDADE: UM TABU

O interesse pelo universo da sexualidade aflorou em Marcela McGown após a faculdade de medicina, durante a residência. A tentativa de entender sua orientação sexual foi um estímulo para mergulhar nesse universo quando ela percebeu que as demandas das pessoas LGBTQIA+ nos consultórios médicos ficavam muitas vezes sem respostas.

“Quando eu entrei na faculdade eu não tinha nada sobre esse assunto. Quando eu fui para residência isso começou a despertar. Acho que sem dúvidas a situação do meu irmão e a minha orientação deixaram essa porta sempre mais aberta para mim, mas também vendo muito as demandas de pacientes mesmo. Então, eu sempre via que isso era uma queixa muito frequente e que era lidado como se não tivesse resposta, ignorado, sabe? Eu via que angustiava muito as pacientes que traziam queixas e iam embora com as mesmas queixas e isso me incentivou muito também. [...] O universo de estudar a sexualidade é algo muito apaixonante para mim”, contou a médica. 

A TRANSEXUALIDADE DO IRMÃO

Para ex-BBB viver a transição de gênero do irmão, Enzo Lins, de 27 anos, foi um processo muito especial, no entanto, muito dolorido ao mesmo tempo.

“Especial porque eu digo que meu irmão me inspirou muito sabe, ver ele tão livre para viver do jeitinho que ele queria me inspirou demais, sabe? E ao mesmo tempo são pequenas dores que a gente vai aprendendo, coisas que no nosso dia a dia a gente vai vivendo e, às vezes, a gente nem presta atenção, mas que está lá, sabe?”, disse ela.

E, prosseguiu. “Por exemplo a dificuldade de ele escolher qual banheiro usar durante a transição, porque ele já tinha uma imagem como homem e, ao mesmo tempo, ele tinha medo de frequentar o banheiro masculino. Ver a luta do nome social ser reconhecido, vários medos e angústias que ele tinha... Então foi um misto de sensações muito doidas de quer proteger demais e ao mesmo tempo um orgulho e inspiração muito grande para entender isso. A gente tem muito o que lutar para ser quem a gente realmente é”, revelou ela.

NAMORO

Na virada para 2021, a ex-BBB assumiu estar namorando a cantora Luiza, da dupla com Maurílio. Segundo a médica, o fato do namoro ter vazado publicamente antes de qualquer pronunciamento do casal serviu como um impulso. As duas conversaram e, seguras de seus sentimentos, confirmou publicamente o romance.

“Começou a vazar [os rumores do relacionamento] e aí a gente teve a conversa se íamos mesmo falar que sim, ou se íamos falar que não”, contou ela que, na sequência, admitiu que ambas já estavam apaixonadas. “A gente estava muito envolvida já que não ia dar para negar”, disse.

Para ela, a repercussão do relacionamento foi muito positiva, principalmente entre os fãs que apoiam e "shippam" casa novo passo das duas.

Os fãs lidaram muito bem, muita gente ficou surpresa porque acharam que era bem improvável nosso relacionamento, mas lidaram muito bem”, declarou.

Reprodução/Mariane Oliveira

PRECONCEITO

No mês em que se celebra o orgulho de poder ser o que se é, Marcela McGowan lembra que a busca não é por aceitação. Para a médica, a comunidade LGBTQIA+ quer o direito de conquistar respeito - e o direto de existir.

“Ninguém tem que gostar ou aceitar nada porque você se colocar no lugar de quem aceita você está se colocando como alguém que é superior, né, então você está dizendo como se você estivesse acima de mim e pudesse decidir se você aceita ou não a minha vida e experiência sexual. Isso não existe, somos todos humanos e ninguém está degraus a cima para poder decidir o que vai ou não ser aceito, então que essas pessoas [preconceituosas] estudem porque não tem mais espaço no mundo para isso. A gente quer respeito, assim como eu respeito o relacionamento de todo mundo. É isso, naturalidade e respeito”, ressaltou.

Reprodução/Mariane Oliveira

Embora o Brasil siga como um dos países mais violentos para ser um LGBTQIA+, a médica lembra que alguns avanços aconteceram nos últimos anos. Por isso, a luta continua.

“Cada conquista é uma coisa, o nome social para as pessoas trans[exuais], eu vejo que é uma conquista muito importante, a legalização do casamento LGBT, tudo que aproxima a gente de viver como todas as pessoas vivem né, que as nossas questões afetivas, emocionais, sexuais deixem de ser uma questão para os outros, deixem de ser avaliadas e julgadas por outras pessoas”, finalizou Marcela Mc Gowan