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Múltiplo, Jefferson Schroeder lança livro de crônicas: ''Todos temos boas histórias para contar''

Na TV, no teatro e, agora, nas livrarias: ele lança livro e exalta humor que é para todos

Redação Contigo! Publicado em 04/12/2019, às 13h59 - Atualizado às 14h10

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Jefferson Schroeder mostra novo talento e lança livro de crônicas - Fabio Áudio
Jefferson Schroeder mostra novo talento e lança livro de crônicas - Fabio Áudio

Ele tem apenas 32 anos, mas o currículo já é de um veterano: sucesso nas redes sociais, em programas de TV, no teatro e, agora, na literatura, o catarinense Jefferson Schroeder se posiciona como um dos mais versáteis humoristas da sua geração.

"Tenho muita gratidão pela vida me permitir fazer o que eu amo, por poder estar trabalhando tanto com esse universo lúdico que alimenta a minha imaginação", avalia ele que recebe amigos e convidados no lançamento de seu primeiro livro de crônicas, O Ponto, nesta quinta-feira (5) em uma livraria na Zona Sul do Rio de Janeiro.

A estreia de Schroeder como escritor é o ponto de partida de uma conversa exclusiva com CONTIGO! em que ele entrega detalhes da criação da obra em que reúne crônicas que emergem de sua mente fértil. No bate-papo, o humorista também avalia a participação no Se Joga, na TV Globo, e exalta seu estilo de humor -  que ele garante: é para todas as idades.

Neste ano você mostrou uma multiplicidade de talentos - esteve na TV, no teatro e, agora, se aventura na literatura. Como você tem conciliado tantos meios tão diferentes?

Pois é, esse ano tive semanas que misturaram ensaiar peça de teatro, gravar na TV, revisar meu livro para publicar e desenvolver projetos para o ano que vem. Agora, enquanto respondo vocês, estou comendo uma salada de fruta, depois de gravar dois programas na Globo e ter conversado por telefone com um jornal. E eu sou assim, me desenvolvi para ser assim, por sempre admirar quem trabalha muito. Lanço meu livro essa semana e já estou escrevendo o próximo. Ano que vem quero fazer um novo monólogo com todos os meus personagens e abrir mais frentes na minha carreira, na internet, cinema e até focando no público infantil, outra paixão da minha vida, que é o diálogo com as crianças.

O livro O Ponto reúne crônicas baseadas em sua própria trajetória. O que tem de realidade e o que tem de ficção nos relatos? É tudo verdade?

Boa pergunta. Iniciei “O Ponto” tentando resgatar o que de mais marcante eu já tinha vivido. Minha ideia inicial era, através da descrição de acontecimentos da minha vida, desenvolver um pensamento que tive um dia de que todos nós temos boas histórias para contar, e que, se registradas e escritas, renderiam bons livros. Por conta disso, quis ser o mais fiel possível ao que eu lembrava. Ouvi uma vez que a memória também é uma invenção, pois cada um lembra de uma situação com um ponto de vista particular e recria o que viveu para poder enxergar cada situação. Se perdi alguns detalhes ou se ressignifiquei alguns pontos, não sei. Sei que me esforcei para ser o mais verdadeiro possível dentro daquilo que eu lembrava. No desenvolver do livro, senti vontade de inventar histórias, e, por isso, dentro do livro, abro um novo livro chamado “Dois Pontos”, que é sobre histórias ficcionais. A realidade abre o livro, e a imaginação encerra, com um começo de uma publicação futura.

Esse desejo de escrever era algo que já estava em você há muito tempo? Como foi o processo de criação da obra?

Sempre gostei de escrever e de contar histórias. Lembro de me sentar com meus primos e várias crianças em roda e ficar criando contos que faziam nossas tardes mais alegres. Comecei a ter o desejo de materializar essas invenções, que eram apenas ideias perdidas no tempo, que ficavam guardadas apenas na minha lembrança. Então, escrevi contos com o mesmo impulso que sempre tive ao entreter minha família, e tentei fazer arte, remanejando as palavras para descrever situações que vivi. Durante alguns anos, escrevi e publiquei nas redes sociais vários desses textos, que me deram um bom retorno com os comentários de amigos, conhecidos e desconhecidos meus, e me desenvolveram, com a prática, até eu chegar em um estilo que me deixou satisfeito e fiel ao que eu desejava desde o início. Como o meu desejo era registrar cada pensamento, passei a anotar tudo o que me vinha à mente e me parecia interessante. Acordava de madrugada com ideias e ia para o computador, abria o bloco de notas no celular, escrevia frases ou textos inteiros, e desenvolvia ideias durante semanas até encontrar a frase que poderia abrir o meu texto ou que seria um bom desfecho para um conto. Hoje, depois de tanto tempo praticando, posso dizer que isso se tornou parte de quem eu sou. Escrevo em qualquer lugar, a qualquer hora, e vivo aproveitando alguns momentos para descobrir o que pode vir da minha mente se eu focar em materializar meus impulsos. Nem sempre funciona, nem sempre flui, mas meu cérebro sabe que fico agradecido quando ele coopera comigo para que eu tenha mais e mais textos.

Você atualmente está no Se Joga. Como está sendo essa experiência? O que o processo de criação para a TV tem de mais desafiador?

Estar no “Se Joga” tem me feito muito bem. Primeiro porque tenho um programa meu dentro do programa, o que me permite fazer vários personagens que eu criei, e é o que realmente gosto de fazer como ator. E também porque a galera que compõe a equipe do “Se Joga” é muito parceira e unida. Estamos todos no mesmo barco, descobrindo como fazer um programa novo, desenvolvendo, se reinventando, pensando junto. É uma equipe jovem e divertida, que se organiza para que todos estejam bem. Além de contar com profissionais muito talentosos. É lindo de ver os cenários que o pessoal da arte monta, os figurinos e as maquiagens da caracterização, e é estar perto dos apresentadores e comediantes que foram escolhidos com tanto carinho.

Por fim, como você classificaria o tipo de humor que você faz? Ele é muito baseado em referências e na imitação, mas é bem diferente do que é feito por outros humoristas. Você se orgulha do estilo próprio que tem construído?

Sinto que faço um trabalho que mistura o infantil com o adulto. Comecei a criar personagens e textos que eu gostaria de ver na TV e na internet, e descobri que muita gente gosta de um humor ingênuo, que não agride, e que conversa com a criança de cada um. Creio que meu humor é para todas as idades, por tentar resgatar uma serenidade que tínhamos quando mais novos, ao fantasiar com imagens e sensações que as histórias que ouvíamos e os desenhos que assistíamos nos traziam. Tento que meu humor alcance as crianças de todas as idades, das que estão aprendendo a falar até aquelas que já são avôs e avós. Tenho muita gratidão pela vida me permitir fazer o que eu amo, por poder estar trabalhando tanto com esse universo lúdico que alimenta a minha imaginação. Sinto que quando desenvolvemos o que gostamos, acabamos criando algo novo, porque cada um guarda dentro de si características que não são iguais às de mais ninguém.

O Ponto, de Jefferson Schroeder

Lançamento:  05/12, às 19h, na Livraria da Travessa do Leblon, Rio de Janeiro