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Herson Capri diz: "Superei todos os meus sonhos e expectativas"

Aos 65 anos, o ator, no ar como Gordo, em Rock Story, saboreia a maturidade, fala sobre a convivência com a família e assume já ter sofrido uma traição

Por Tatiana Ferreira / Fotos: Maurício Fidalgo Publicado em 28/01/2017, às 19h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Herson Capri, o Gordo de Rocky Story - Fotos: Maurício Fidalgo
Herson Capri, o Gordo de Rocky Story - Fotos: Maurício Fidalgo
Referência de galã nos anos de 1980 e 1990, Herson Capri ainda é sucesso entre os atores de sua geração. Aos 65 anos, ele credita sua jovialidade à filha caçula, Sofia, de 2 aninhos. “Sem dúvida ela é minha fonte da juventude. Ela é uma pimpolha que está começando a andar, falar e a fazer gracinha. Fico encantado. É uma delícia”, derrete-se o ator, casado com a produtora e diretora Susana Garcia, com quem também tem Lucas e Luiza. Além do trio, ele é pai de Laura e de Pedro, de relacionamentos anteriores. Saboreando a plenitude da maturidade, Herson não tem do que reclamar. “Minha vida está melhor do que a encomenda. Superei todos os meus sonhos e expectativas. Não tenho mais para onde sonhar”, garante o eterno galã, atualmente no ar como o produtor musical Gordo, em Rock Story (Globo).

Pai-avô “Tenho 65 anos! Não tem como não pensar na morte, na finitude. Quando você é jovem, o pensamento do fim está distante, mas à medida que vai se aproximando os 50, 60 anos, o pensamento começa a pintar e a circular na cabeça da gente. Não penso diariamente, mas volta e meia tenho este raciocínio. É inevitável, porque tenho uma filha de 2 anos que tem um pai–avô. É isso que sou! Quando ela estiver com 20 anos, provavelmente eu não esteja mais aqui.”

Sem drama “Tenho uma escadinha de filhos, e eles vão ter a mim por perto muito mais tempo. Quem vai ser prejudicada com ausência paterna vai ser a mais novinha, vou embora mais cedo. Não tem jeito! Posso enxergar isso de um ponto de vista trágico, mas pode se ver também com bom humor. Daqui a pouco vou embora, e aí? A vida segue, né? A fila anda, não tem papo. E vivo com alegria. Lá em casa, quando brinco com o assunto, meus filhos dizem: ‘Pô, pai, para!’. E eu levo na boa.” 

Momento família: Herson com a mulher Susana Garcia, a caçula Sofia e a filha Luiza 

Mimo sim, e daí? “Mimo demais os meus filhos. A pequenininha, então, é a mais, não só por mim, mas por todo mundo lá em casa. Os irmãos adoram ela. Se tratam de irmão e irmã. Uma graça! Mas são mimados no melhor sentido, pelo afeto, carinho e atenção. Eles gostam de estar comigo e minha mulher. É muito gratificante. É um mimo positivo. Não tem nada a ver com consumismo, o que acho adorável.” 

Das antigas “Volto muito ao meu passado em músicas. Ouço demais a década de 1960 e 1970. Tenho um repertório dos Beatles de 10 músicas que coloco para Sofia e ela adora. Também curto Beach Boys. O nascimento do rock moderno com The Doors, me agrada bastante, é muito gostoso. Além, claro, de ouvir os brasileiros, que sou apaixonado como Rita Lee, 69, Gilberto Gil, 74, e Chico Buarque, 71, que na minha opinião, é o melhor poeta que o Brasil já teve. De modernidade estou fora, porque sou um antigo (risos).” 

Mais idade e menos trabalho “Com a idade vai diminuindo a gama de papéis. A maior parte da dramaturgia é feita pelos jovens, principalmente novela, e a gente tem que entender isso. O próprio destino se encarrega de selecionar e diminuir um pouco a quantidade do trabalho. Está no pacote.” 

Química perfeita “Sempre me pergunto qual é o segredo para um casamento dar certo. Sou casado há 21 anos e acho que, no meu caso, além da química, a conversa é muito boa e as ideologias de vida são parecidas. Minha família é a âncora, a referência e o eixo de equilíbrio da minha vida.”

Galã nas décadas de 1980 e 1990, ele admite que falta trabalho para atores com mais idade. “Está no pacote”

Traição “Meu personagem tem uma certa inocência, é puro, acredita nas pessoas, na paixão, no sentimento dele. Por isso que, mesmo sendo traído, ele perdoa e recomeça uma relação com a mesma mulher. Acho traição uma coisa dolorida, pois na medida em que a gente tem um pacto, um acordo em uma relação afetiva, não cumprir é uma traição. Não é gostoso, não é agradável, você se decepciona com o outro. Já passei por isso em namoros não longos e terminei. Nunca mais é a mesma coisa.”

Terapia “Já fiz terapia alguma vezes, mas sou bissexto. Vou de vez em quando, se eu quero conversar sobre alguma coisa que tenho necessidade, mas frequento no máximo cinco vezes ao ano. Isso deve significar que estou bem de cabeça (risos). É mais para um papo, um desabafo, quando a gente tem necessidades de conselhos que venham de uma pessoa não tão próxima.”

Amigo para valer “Uma característica forte que tenho em comum com o Gordo é querer ajudar os amigos. Só tomo muito cuidado para não ser invasivo. Dou conselhos quando sou solicitado, fico com medo de invadir o espaço do outro. Mas, quando me pedem, procuro ser o mais generoso possível, falar exatamente o que faria se fosse comigo, tentando passar minha experiência de vida.” 

E aí, brother! “Até uso gírias, mas muito menos que o Gordo. Ele é um personagem, um tipo que montei junto com a equipe de caracterização e figurino. Fui observando amigos da minha idade e amigos mais novos. O personagem é uma mistura grande de pessoas que me cercam. Mas eu mesmo uso poucas gírias.”

O que vem por aí “Depois da novela queria fazer uma viagem para algum lugar que eu nunca fui, ainda não sei o destino. No trabalho, tenho um projeto, que está sendo escrito, que é fazer um monólogo da vida do Portinari. Quero tentar fazer esse ano ainda.”