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Dandara Mariana conta como lidou quando sofreu preconceito

A Marilda de A Força do Querer também conta detalhes da filosofia do ubuntu, que resgata a sua ancestralidade

Por Ligia Andrade Publicado em 03/06/2017, às 20h45 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Dandara Mariana, a Marilda de A Força do Querer - Fotos: Estevam Avellar/ TV Globo
Dandara Mariana, a Marilda de A Força do Querer - Fotos: Estevam Avellar/ TV Globo
Carimbó é envolvente, alegre, contagiante. Difícil é parar de se mexer. A atriz e dançarina Dandara Mariana, 28 anos, conheceu o ritmo musical amazônico, de origem indígena, na faculdade de Dança. Nem precisou fazer um intensivão para a novela. “Fiz somente uma aula, por ter facilidade”, orgulha-se a intérprete de Marilda, melhor amiga de Ritinha (Isis Valverde), em A Força do Querer (Globo). A atriz carioca gravou cenas na Vila de Acajatuba, cenário usado para o ensaio de CONTIGO!, e saiu apaixonada pelo local, que fica a uma hora de Manaus. “Os moradores são pessoas simples, acolhedoras e amorosas. Sem contar que o Rio Negro é lindo! Foi especial estar em contato com a grandiosidade da natureza na Amazônia.” Contracenando pela primeira vez com Isis, a empatia foi imediata.“Já no primeiro dia, fizemos um improviso que nos conectou muito”, revela a filha do ator Romeu Evaristo, 61.

A atriz diz que já teve a fase “patinho feio”, dos 9 aos 15. “Foi puxado”, diverte-se

Formada em Artes Cênicas, Dandara gosta de transitar pelo cinema, teatro e TV, sem preferência. “Minha primeira faculdade foi de Arquitetura e Urbanismo. Por gostar de decoração, achei que era o caminho. Minhas amigas de turma viviam me falando que estava no lugar errado.” Quem a ‘salvou’, como ela mesma define, foi o ator Lázaro Ramos, 38. “Ele me convidou para fazer uma série, depois disso tranquei a faculdade e fui correndo me matricular na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL)”, recorda. 

Luta contra o preconceito
Linda, independente e com uma carreira em ascensão, Dandara afirma que já foi vítima de preconceito. “Qual negro nunca sofreu no Brasil? Infelizmente, ainda vivemos em um país preconceituoso.” A atriz ressalta que a questão não é levantar a bandeira contra. “Já sou a bandeira. E ainda me chamo Dandara”, declara ela, sobre ter o mesmo nome da mulher de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do período colonial, morto em 1695. A atriz também é adepta à filosofia africana ubuntu. “É um trabalho que faz pensar e refletir sobre o que historicamente passamos e que ainda se reflete nos dias atuais. Fala sobre a nossa ancestralidade, toca e irriga as nossas raízes, dança a nossa música e saúda a cultura afro-brasileira. Ubuntu é um grito por liberdade.”

“Qual negro nunca sofreu preconceito no Brasil? Infelizmente ainda vivemos em um país preconceituoso”

Com 1,57 metro de altura e 49 quilos, Dandara coloca o corpo em movimento também com atividades físicas. Ir para academia não é sofrimento. Atualmente, intercala circuito de exercícios funcionais, muay thai, ashtanga ioga e corrida. “Estou sempre me locomovendo de bicicleta”, destaca. Para manter os cachinhos que tanto gosta, não deixa de passar creme de massagem e lavá-los com xampu três vezes na semana. “Dá trabalho, mas qual não dá? Amo o cabelo afro!”