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Ana Hickmann: "Cansei de ouvir que eu era burra por ser loira e bonita”

Ela saiu do interior 
do Rio Grande do Sul aos 15 anos e, até virar uma apresentadora de sucesso e dona de um império nos negócios, sofreu diversos preconceitos e pré-julgamentos

Por tainá Goulart Publicado em 07/04/2018, às 12h01 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h46

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Ana Hickmann - Denis Albuquerque e Oswaldo Neto
Ana Hickmann - Denis Albuquerque e Oswaldo Neto

Aos 23 anos, em 2004, Ana Hickmann estampava uma de suas tantas capas feitas para CONTIGO!. Naquela época, a modelo dava seus primeiros passos como apresentadora da Record TV no comando do Tudo a Ver e já mostrava seu poder na publicidade. “A modelo é considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo e fatura cerca de 5,5 milhões de reais por ano com os produtos de sua marca”, dizia a chamada da matéria. Hoje, aos 37 anos, este império continua se multiplicando, seja na TV, com o Hoje em Dia, ao lado dos apresentadores César Filho, 57, Ticiane Pinheiro, 41, e Renata Alves, 38, ou à frente de sua empresa, que comercializa cerca de 15 linhas de produtos, cujo faturamento já ultrapassou, há tempos, os dois dígitos, com peças de roupas, sapatos, óculos — vendidos em mais de 50 países — e perfumes, entre outros. 
“Me sinto realizada pessoal e profissionalmente. Todos os sonhos da menina que saiu de Santa Cruz do Sul estão sendo realizados com muito esforço e dedicação, pois nada acontece se você não correr atrás e trabalhar”, diz a dona de corpo escultural com 1,85 m de altura, dos quais 1,20 cm são somente pernas, após período de trabalho e relax na paradisíaca Jericoacoara, no Ceará. 

PLANEJAMENTO, A ALMA DO NEGÓCIO
Se atualmente o império de Ana é enorme, a apresentadora enfatiza que sorte não faz parte de seu vocabulário. Ela planeja cada passo de seu trabalho com cuidado e maestria. Tudo para conciliar com os papéis de mãe e mulher. Ao viajar para o Ceará, por exemplo, ela juntou diversão e responsabilidade. Ana viajou a fim de fotografar sua nova coleção de roupas, a Woman Power, e também curtir, sozinha, a companhia do filho, Alexandre, 4. “Essa é a mulher moderna para quem eu trabalho, que consegue dar conta de mil tarefas e ainda tem tempo de se arrumar, se divertir, viver a vida intensamente. Por que não ser um exemplo disso também? Até gosto quando consigo unir meu trabalho com a vida pessoal, pois posso me dedicar ainda mais ao meu filho, que está numa fase incrível, de descobertas”, frisa ela, que ficou dez dias em uma pousada no centro de Jeri. Desta vez, seu marido, o empresário Alexandre Correa, 46, não pôde acompanhar a dupla e ficou em São Paulo.

MULHER EQUILIBRISTA
Nascida no primeiro dia do mês de março, o Mês das Mulheres, Ana brinca que está ficando cada vez mais destemida com o passar do tempo, da mesma maneira que ela vê o que vem acontecendo com a ala feminina no país, em geral. É claro que Ana conta com uma equipe ao seu lado, mas nada acontece sem o seu consentimento ou sua opinião. “Hoje eu vejo a importância de ser um exemplo e de poder ajudar tantas mulheres. Tive minha mãe, Dona Reni, como modelo de força. Se ela conseguiu ser professora universitária, sem deixar de cuidar muito bem dos filhos dela, sendo separada e voltando a estudar depois de uma certa idade, qualquer uma pode. E se tenho esse sucesso todo é porque o trabalho é pesado, mas não tenho me do”, ressalta a apresentadora, que dorme poucas horas por dia para dar conta de tudo. “A gente se transforma em centenas de mulheres, equilibra os pratos, mas tudo dá certo”, completa.

EXEMPLO DE MÃE CORAJOSA
E, em casa, ela também quer ser exemplo para o filho. Aos poucos, Ana mostra atitudes corajosas para incentivar o menino a descobrir o mundo, como segurar um siri e até um sapo na mão. Pode parecer algo bobo agora, mas a apresentadora garante que, no futuro, isso fará diferença. “É assim que mostro como ter coragem e sei a importância disso lá na frente”, reflete a apresentadora. A duplinha ainda se aventurou em um buggy morro abaixo. “Ele teve muitas primeiras vezes nesta viagem, como andar a cavalo, comer lagosta e camarão… O Alê não queria voltar de jeito nenhum. Vejo que esses momentos, só eu e ele, contribuem imensamente para a nossa relação. Faço questão de acompanhar a rotina do meu filho, mas não é a mesma coisa de estar praticamente o dia todo juntos. Eu me surpreendo demais, ele está crescendo rápido, me perguntou se eu conhecia a música Que Tiro Foi Esse? e até cantou para mim”, relembra a empresária, sobre o hit da funkeira Jojo Todynho, 21.

DE OLHO NO FEMINISMO
Ter mais coragem, saber liderar melhor, vencer a ansiedade e o medo e estar mais presente na rotina familiar são algumas das conquistas que ela elenca na chegada à nova idade. “O amadurecimento é uma das coisas mais bonitas que me aconteceu na vida. A menina de 23 anos daquela capa se tornou um furacão”, brinca Ana. Se antes ela ficava quieta em certas situações, como assédio na época de modelo, piadas descabidas de fornecedores e muitos comentários ofensivos de haters na internet, a realidade agora é outra. “Quantas vezes não ouvi que eu era burra ao extremo por ser loira, bonita e novinha! Até parece que ser bonita e loira é defeito, mas isso não me incomoda mais. Acho que agora, mais velha, eu aprendi a respeitar e também a não ficar calada. Por isso, se alguém me fala algo ou se ouço algum comentário machista, preconceituoso, eu me manifesto na lata”, explica ela, que se considera feminista quando se fala na luta pelos direitos iguais. Até pouco tempo atrás, a apresentadora não sentia-se bem usando o termo por achar extremista demais. “Pensava ser feminista. Porém, comecei a ler sobre, pesquisar e conversar com várias mulheres e percebi que ser feminista é lutar pelos direitos iguais, sem desrespeitar, sem achar que é melhor ou pior. E respeitar e buscar pelo meu lugar igualitário é o meu lema de vida.”