Contigo!
Busca
Facebook Contigo!Twitter Contigo!Instagram Contigo!Youtube Contigo!Tiktok Contigo!Spotify Contigo!
Exclusivas / VOLTA HOJE

A Força do Querer: os erros e os acertos da novela que retorna ao ar após conquistar o público

Apesar de grandes virtudes, novela de Gloria Perez também apresentou tramas inconsistentes

Gustavo Assumpção Publicado em 21/09/2020, às 12h12 - Atualizado às 12h17

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A Força do Querer: os erros e os acertos da novela que retorna ao ar - Reprodução/TV Globo
A Força do Querer: os erros e os acertos da novela que retorna ao ar - Reprodução/TV Globo

De volta em uma reexibição especial a partir desta segunda-feira (21), A Força do Querer mantém uma característica sempre presente na obra de Glória Perez: uma gama quase incontável de tramas e personagens

Exibida originalmente há apenas três anos, a novela acabou discutindo uma variedade de temas, alguns inéditos na teledramaturgia - da identidade de gênero ao universo otaku, passando pelo tráfico de drogas, o vício em jogo e as lendas da Amazônia. 

É bem verdade que ao contrário de outros trabalhos recentes da autora, A Força do Querer conseguiu desenvolver bem suas tramas principais. Mas, algumas das histórias paralelas da novela foram construídas sem o mesmo cuidado, o que acabou rendendo críticas na época.

OS ACERTOS DA A FORÇA DO QUERER

A TRAJETÓRIA DE BIBI - Inicialmente planejada como uma minissérie, a trama de Bibi Perigosa (Juliana Paes) foi inserida na novela e ganhou um tratamento especial da autora. A trajetória da personagem que se envolve com o tráfico em busca de um amor visceral foi desenvolvida com grande impacto por Glória Perez, rendendo algumas das principais sequências da novela. Bem marcadas, as cenas de transição para o universo do crime conquistaram as redes sociais na época da primeira exibição e renderam grande repercussão. Além do bom texto, não há como não elogiar a atuação madura e segura de Juliana Paes, talvez a mais importante da sua carreira na TV.

A TRANSIÇÃO DE IVAN - Tratada com sensibilidade e resultado de um trabalho longo de pesquisa da autora, a trama em que Ivana faz a transição de gênero para Ivan conquistou o público e foi bem recebida pelo público. A trama também mostrou o talento de Carol Duarte, então desconhecida do grande público. A atriz deu um salto na carreira  e se tornou uma das atrizes mais respeitadas dos últimos anos, alçando a atriz ao título de revelação da teledramaturgia.

O SEREISMO DE RITINHA - Gravadas no Pará, as sequências iniciais da novela divertiram os fãs e apresentaram ao público o "sereísmo". O jeito inocente da personagem também rendeu boas sequências, tornando evidente o talento múltiplo de Isis Valverde. O diálogo com as lendas da Amazônia e o cuidado visual com as cenas gravadas no norte do país também merecem elogios

O TALENTO DE SILVERO - Um dos grandes personagens da novela, Nonato apresentou o talento absoluto de Silvero Pereira. O ator interpretou o motorista que se realiza fazendo shows como drag queen nas noites do Rio. Apesar do retrato bom humorado, houve sequências de forte carga dramática, o que apresentou ao público a potência de sua atuação.

OS ERROS DE A FORÇA DO QUERER

O OTAKU YURI - Clichê e desenvolvida de uma maneira superficial e estereotipada, a trama de Heleninha (Totia Meireles) e o filho Yuri (Drico Alves) não vingou. O conflito entre mãe e filho não apenas ganhou um tratamento raro, como também rendeu cenas de humor involuntário. Na parte final da novela, o absurdo era tamanho que a trama chegou a ser esquecida.

TRIÂNGULO AMOROSO - Embora tenha rendido momentos bons aqui e ali, a disputa entre Zeca (Marco Pigossi) e Ruy (Fiuk) pelo amor de Ritinha não decolou. O desempenho questionável do filho de Fábio Jr acabou prejudicando o desenvolvimento da trama que se perdeu a partir da metade da nove. O desfecho final com direito a tentativa de assassinato e acusações de bigamia só coroou um desenvolvimento que não foi dos melhores. Não rolou.

A PSICOPATA IRENE - A arquiteta bem sucedida que desenvolve uma obsessão doentia por Eugênio (Dan Stulbach) também não apresentou uma trama feliz. Apesar da boa ideia, a trajetória da personagem foi desenvolvida de maneira absurda, o que rendeu algumas das sequências mais questionáveis da novela. O desfecho final só coroou um personagem que não merecia a atriz que a interpretava.