Após ser indicada para a roça, modelo teve crise e precisou ser contida pelos peões; comportamento é típico do transtorno
Vice-campeã do concurso Miss Bumbum e atualmente confinada no reality A Fazenda, a modelo Raissa Barbosa se trata há vários anos contra o transtorno de personalidade limítrofe, ou transtorno borderline.
Na noite desta terça-feira (15) ela assustou os participantes ao protagonizar um momento de fúria na casa. Ela gritou com os demais peões e se exaltou ao ser indicada para a primeira roça do reality. O descontrole apresentado pela modelo após uma situação de estresse é típico de pacientes com a doença. Mas, o diagnóstico é complexo e leva tempo, explica o psicólogo Alexander Bez.
Em conversa com CONTIGO!, ele contou que é preciso acompanhamento clínico.
"É muito complicado, é um diagnóstico difícil de fazer, aliás, precisa em primeiro lugar ser feito por um cunho psiquiátrico. E depois pode ser associado sob o cunho psicológico. Ele é um transtorno de origem orgânica, ou seja, mental-psiquiátrica e não mental-psicológica. O paciente apresenta uma série de sintomas psicológicos, como depressão, ansiedade, alterações de humor. Quando falamos de borderline, estamos falando de alguém que já está no seu limite", explica ele.
Segundo o psicólogo, um diagnóstico correto necessita inclusive de um acompanhamento das pessoas que convivem com o paciente. "[É necessário] levar em consideração também os relatos de pessoas próximas na hora do diagnóstico. O principal sintoma do transtorno é o que popularmente chamamos de ‘surto’ e ele pode ocorrer de várias maneiras", diz.
O transtorno de personalidade limítrofe está envolto em muitos mitos, que são agravados pela dificuldade no diagnóstico preciso.
"Ele [o paciente] apresenta uma série de componentes de outras síndromes, outras manifestações psicológicas e psiquiátricas", explica ele que reitera que tudo o que acontece no cotidiano pode servir de gatilho para novas crises. "O que ocorre é qualquer estímulo externo é suficiente para iniciar ou desenvolver o "surto". Não há, geralmente, sustentação emocional para aguentar esses estímulos externos", explica.
O TRATAMENTO
Segundo Alexander Bez o tratamento é coordenado por um psiquiatra. Além da medicação, é necessária a psicoterapia.
"O tratamento é de ordem psiquiátrica. A medicação pode ser com base em antidepressivo, ansiolítico (para controlar a ansiedade) e estabilizadores de humor para controlar as alterações. A psicoterapia também é essencial - isolada ela pode não funcionar. Em casos, há também o risco de suicídio por isso a importância do acompanhamento psiquiatra. E os estabilizadores de humor podem ajudar nos quadros de agressividade, pois é um transtorno que mexe muito com a impulsividade", explica ele que ainda faz um alerta.
"O paciente também se sente muito só, como uma constante solidão. Alterações sociais e conflitos, por conta da insegurança, pode levar a pessoa a manifestar o transtorno e levar ao surto", avisa. Em caso de sintomas, o ideal é procurar ajuda de um psiquiatra o quanto antes.