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Rafael Zulu tem orgulho de ser negro

Fazendo seu primeiro vilão em Sol Nascente, o ator quer ser uma referência para os jovens, fala de seus projetos e da “diretoria” composta por ele, Neymar e cia

Por Ligia Andrade / Fotos: Cadu Pilotto Publicado em 11/02/2017, às 13h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Rafael Zulu - Fotos: Cadu Pilotto
Rafael Zulu - Fotos: Cadu Pilotto
Me dá um texto para decorar, mas não me faz posar diante de uma lente”, brinca Rafael Zulu durante a sessão de fotos para CONTIGO! Dá para acreditar que o bonitão de 34 anos, natural de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, não se considera fotogênico? “É uma zona de desconforto. Não me sinto cobiçado, me acho interessante e inteligente. Também não vou negar que estou dentro de um padrão legal, mesmo não acreditando nisso. Não me considero galã, até porque faço comédia... Daqui a alguns anos, o que vai ficar é o trabalho”, explica o intérprete do vilão João Amaro em Sol Nascente (Globo). O capanga de Dona Sinhá (Laura Cardoso) é o primeiro personagem mau da carreira de Zulu. “A maior responsabilidade é em contracenar com essa diva. Dona Laura se coloca no tamanho de todo mundo – e temos a total noção do tamanho dela.” Outro cuidado do ator era o de não ser caricato, por isso, preferiu uma interpretação mais naturalista. “Não dá mais para tentar enganar quem está em casa. O vilão inteligente te pega pela sedução, evito o clichê.” 

Em um relacionamento sério com a turismóloga pernambucana Gabriela Arruda, há dois meses, Zulu é romântico, gosta de mulheres inteligentes, bem-humoradas. A escolhida precisou passar pelo crivo dos amigos. “Não tem para onde correr (risos), mas o que me pega é a questão do bom gosto. Se vestir bem, estar cheirosa, ser carinhosa...”, enumera o ator, que se diz um “virginiano na íntegra”. Ele conta ainda gostar da vida a dois.“Tenho uma coisa com gente que levanta cedo, trabalha.” Pai de Luiza, fala com orgulho da filha. “Ela é do bem, me melhora. Quero que me veja como referência”, diz. A menina, fruto de um curto relacionamento, tira a situação de letra. “Eu e a mãe dela nos damos bem, priorizamos coisas atípicas de pais separados: reunião da escola, almoços... Estamos na contramão da maioria, tenho orgulho disso.” Ainda na barriga, visitava as coxias de teatro. Agora, quer seguir os seus passos. “Ela começou a estudar teatro. Estou escrevendo uma peça para ela. No início, relutei, porém entendi que é isso que escolheu.” Há pouco tempo, Zulu fez um check-up completo em um médico ortomolecular e começou a cuidar da saúde. “Não me policio para comer e sou assumidamente cervejeiro. A minha genética ajuda também. Adoro fazer trilha, ir à praia, não curto muito o ambiente de academia, mas gosto de puxar ferro”, conta.

Com veia empreendedora,  Rafael Zulu administra vários projetos paralelos à carreira de ator

Veia empreendedora
O ator tem flertado cada vez mais com a comédia – estava até pouco tempo em cartaz com a peça Compulsão, no Rio. “Não sou comediante de berço, vim descobrindo por percepção, olhando quem faz isso bem e pegando o pulo do gato. Tenho muito chão ainda”, reconhece ele, com 11 anos de profissão. Empreendedor nato, é sócio de um food bike de tapioca. Os recheios são os preferidos de seus amigos. “Neymar pediu para criar um sabor pra ele, algo como se fosse um cachorro­-quente, que adora. Fê Paes Leme ficou enciumada, dizendo que me conhecia há mais tempo... o próximo sabor é dela!” O ator ainda é um dos criadores do projeto Tardezinha junto do cantor Thiaguinho. O evento nasceu em um papo regado a vinho. “Sou sócio também do Paiol 08, na Lapa, e tenho uma produtora de eventos. Aprendo muito. Luciano Huck é uma referência para mim, conversamos demais. Quero implementar uma ótica diferenciada no Rio também. O bar (Paiol) veio do encontro de coisas que gosto: noite, amigos e Lapa. Mas o meu lado ator é maior do que tudo isso”, avisa ele, que ainda está produzindo dois longas.

Membro da ‘diretoria’
E falando em amigos famosos, Zulu é conhecido por ser do grupo da “diretoria”, composto pelo jogador de futebol Neymar, o surfista Gabriel Medina, o jogador de vôlei Bruninho, e o apresentador Luciano Huck,. A trupe passou o réveillon em Angra dos Reis, no Rio. “Neymar que começou tudo isso. Já tínhamos o grupo. Medina e Luciano passaram pelo crivo da galera e pelo batizado. Lu, até então, só tinha um (grupo) da família. Ney fala que é cada um de um jeito, de uma profissão, mas são pessoas que pensam de maneira parecida e gostam de estar juntas. Admiramos uns aos outros e é grupo de menino.” 
Bonito, bem-sucedido, Zulu quer passar longe do preconceito. “Vim dotado com autoestima, veiculada à minha criação. Sou capaz e cheio de conteúdo, busco estudar. Tenho orgulho de ser negro, sei a minha função nesse lugar. É difícil para quem está vendo e quer te derrubar”, analisa ele, relembrando um episódio traumático em sua vida. “Fui escorraçado pela mãe de uma amiga aos 13 anos. Conversei com meus pais e fiz uma limonada desse limão. Prometi a mim mesmo que se alguém falasse algo assim ia responder à altura ou falar sozinho.”Hoje, virou exemplo para os jovens. “É o famoso ‘Yes, we can’. Converso com o Thiaguinho sobre isso, ele é referência nacional e diz que não tem muita dimensão sobre isso, nem eu. Uma mulher me disse que o filho dela queria ser eu. “Recebo mensagens de pessoas que compraram roupas iguais às minhas”, fala ele, que também passou por isso com a filha. Luiza queria ter o cabelo liso como o das princesas. “Fizemos o trabalho base de aceitação. Hoje, se você mexer no cabelo dela... É o maior barato ver isso!”