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Pai de dois meninos, Juliano Cazarré, garante: "Divido tudo em casa"

No ar em Vade Retro, o ator 
faz questão de participar da rotina doméstica e se policia para não repassar comportamentos machistas aos filhos

Por Ligia Andrade Publicado em 22/06/2017, às 21h51 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Juliano Cazarré - André Nicolau
Juliano Cazarré - André Nicolau
Juliano Cazarré sempre quis ter uma coruja – símbolo da sabedoria – tatuada em seu corpo. Até que um dia, em Pelotas, Rio Grande do Sul, sua cidade natal, ele passou em frente a um estúdio, de onde sairia feliz da vida. “Estava passeando com a minha mãe e tínhamos umas duas horas livres. Sugeri um desenho simples, para não ter como dar muito errado (risos), recorda o ator de 36 anos, intérprete do administrador Davi, em Vade Retro (Globo). Completando 10 anos de TV desde a estreia na série Antônia (Globo), Cazarré passeou por diversos tipos que qualificam o seu trabalho. “Já peguei personagens difíceis, como o Adauto (Avenida Brasil, 2012), outros com sex appeal, como o MC Merlô (A Regra do Jogo, 2015), em que tive que passar uma novela inteira sem camisa... E estou esperando ansiosamente por um desafio ainda maior. Hoje me sinto pronto, forte e preparado para quando essa oportunidade chegar.” Casado há cinco anos com a stylist Letícia Cazarré, 33, com quem tem Vicente, 6, e Inácio, 3, o ator afirma ser totalmente aberto às questões femininas e que, em sua casa, tudo é dividido entre ele e a mulher. “Somos muito francos e abertos entre nós dois e tentamos nos ajudar sempre”, garante ele. 


Juliano revela ter uma vaidade saudável

DEZ ANOS DE TV “Não tinha reparado! Não foi uma trajetória que explodiu de uma vez e cheguei ao estrelato. Aos poucos, consigo um espaço um pouquinho maior, ainda tenho a crescer. Me orgulho de tudo que fiz até agora.”

JÁ NAS TELONAS... “Foi onde minha carreira começou. Logo que me formei na UNB (Universidade de Brasília) estava partindo para o segundo longa. O que estou fazendo é simplesmente não me afastar do cinema. E adoro fazer teatro.”

BOI NEON “Não considero este filme um divisor de águas na minha carreira. Ele é mais uma pedrinha que estou colocando na estrada que estou trilhando firmemente. Mas foi um personagem que me trouxe um respeito que ainda não tinha. Precisava de uma entrega física e de alma. Não dava para fazer de mentira.”

MACHISMO NO CINEMA “Raramente tem um masculino frontal. Isso é, sim, um reflexo de machismo da sociedade. Muitas vezes, ainda trabalha-se com a nudez desnecessária. Tento tomar cuidado, evitar um pouco. Não queria ficar marcado como um ator que só faz filmes que tem esse tipo de cena forte. Torço para que tenham cada vez mais mulheres trabalhando em todas as áreas. Quanto mais diversificado um grupo humano, mais interessante.”


O ator elogia 
a mulher: 
“Letícia é muito estudiosa, compenetrada   e séria em tudo o que faz”

A FAVOR DO FEMINISMO “As mulheres estão completamente certas de estarem lutando por espaço. Fico surpreso por isso estar acontecendo em 2017, porque poderia ter acontecido antes. Realmente é um mundo machista, que as oprime. A luta é justa e tem meu total apoio.”

ALMA (UM POUCO) FEMININA “Entendo as mulheres, sempre gostei de ter amigas, do ponto de vista feminino. Mas, em casa, algumas vezes, Letícia me apontou: ‘Olha isso aí, cuidado com esse comportamento, isso que você está exigindo de mim não tem o direito’. Então, me policio para não repassar comportamentos machistas para meus filhos, evito comentários. Na verdade, troca-se o modo de pensar. É nesse lugar que estou tentando agir.”


Como Iremar, no filme Boi Neon

PAI AFETUOSO “Gosto de brincar, de ir para a cozinha com eles, estou começando a ensinar. Uma coisa que faço religiosamente, por mais cansado que esteja, é sentar ao lado da cama deles, abrir um livro e contar uma história.”

FÁBRICA FECHADA “Pareço com os dois de jeitos diferentes. Inácio é mais fisicamente, tem um semblante mais fechado, como eu fico. Vicente é um cara corporal, gosta de esporte, e isso também é meu. Por enquanto, não pensamos em ter outro filho. O Brasil é um país muito caro. A menos que alguma coisa mude em nossa vida, devemos parar por aqui.”

DE IGUAL PARA IGUAL “Dividimos tudo em casa. Uma vez é um que faz compra; na outra, é o outro. Nos dividimos também para levar as crianças para a escola... É tudo muito franco e aberto e tentamos nos ajudar sempre. Foi uma coisa que decidimos no começo do casamento, que ficaríamos juntos para melhorar, nos unir, para crescermos juntos. O que mais me encanta na Letícia é a determinação dela. Fora, claro, a beleza (risos).”


Durante um passeio em família no shopping 
ao lado da mulher, Letícia, e dos filhos, Vicente 
e Inácio

VAIDADE E ESPORTES “Tenho uma vaidade saudável, normal. Já fiz algumas extravagâncias com roupa, nada demais. Dou valor ao dinheiro, mas não sou pão-duro. Sempre tento praticar esporte, corro e nado há anos. Se o mar está bom, vou surfar. Ultimamente, tenho me dedicado ao triatlo. Participei da primeira prova no começo do ano. Não é para dar resultado, ficar com o corpo sarado. Se ficar um dia sem, é ruim para mim. Não durmo tão bem, fico mal-humorado, me sinto culpado por não ter feito alguma coisa.”

PÃO COM MORTADELA “Acredito no que a nossa avó fazia, no que a nossa mãe falava: comer frutas, verduras, legumes, grãos integrais, menos carne e não exagerar nas quantidades. Cuido da alimentação sem neurose, sem ficar tomando pozinho, suplemento ou um monte de cápsula. Não tenho paciência para isso (risos)! Continuo achando que, de vez em quando, um pão com mortadela e um café no meio da tarde são a melhor coisa.”

SENTIMENTO DE URGÊNCIA “De uns anos para cá, estou com a impressão de que estou envelhecendo rapidamente (risos). A gente começa a conseguir pensar com mais antecedência, fazer planos a longo prazo e também está me dando uma urgência de produzir coisas minhas.”


Natação e corrida estão entre os esportes favoritos dele. “Sempre tento praticar”

ANTI-HERÓI “O roteiro de Vade Retro é bem construído, mistura drama e comédia. Uma hora você vai ficando sem esperança, outra com mais, tem movimento. Gosto de fazer comédia. Na verdade, tanto quanto drama ou filme que tenha mais aventuras, como Serra Pelada. Me divirto muito em cena.”

NOVA NOVELA “Ainda não tenho muitas informações sobre este personagem (em O Outro Lado do Paraíso), confesso que ainda não sei nem o nome (risos)! Estou empolgado e ansioso para que chegue este momento porque só tem craque, lenda viva da televisão.


Interpretando Davi, com Mônica Iozzi, em Vade Retro