Contigo!
Busca
Facebook Contigo!Twitter Contigo!Instagram Contigo!Youtube Contigo!Tiktok Contigo!Spotify Contigo!

"Nunca soube o motivo de não ser escalada", revela Narjara Turetta

Ao completar 50 anos, a atriz admite sentir falta de um companheiro, fala de crise na carreira e revela que lançará um documentário sobre a sua vida em 2017

Por Tatiana Ferreira / Fotos: Fabrizia Granatieri Publicado em 29/12/2016, às 10h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Narjara Turetta - Fotos: Fabrizia Granatieri
Narjara Turetta - Fotos: Fabrizia Granatieri
Bastam poucos minutos de conversa para se contagiar com o alto-astral de Narjara Turetta, 50 anos. O sorriso não é desfeito nem mesmo ao relembrar momentos difíceis da sua vida, alguns deles por causa dos altos e baixos de sua carreira. “Sou feliz porque tenho uma caminha para dormir. Sempre fui muito solidária com as pessoas de rua. Choro, mas tenho saúde. E as dificuldades me transformaram, fiquei mais forte”, garante a atriz. Revelada ao país com 12 anos, ao interpretar Elisa, filha de Regina Duarte, protagonista do seriado Malu Mulher (Globo, 1979), ela sentiu ainda criança o gostinho do sucesso. Teve alguns outros papéis de destaque na dramaturgia, mas, com o passar dos anos, precisou lidar com a escassez de trabalho. “Nunca soube o motivo de não ser escalada. Gostaria que alguém me respondesse isso”, diz a atriz em tom de brincadeira. Perseverante, perdeu as contas de quantas vezes “mofou” por horas na sala de espera de diretores para pedir trabalho. “Às vezes, conseguia uma oportunidade; outras não”, conta Narjara. “Não tenho mágoas. Se tivesse, seria uma pessoa amarga, mas, pelo meu talento, faltaram maiores oportunidades. Tenho certeza de que dou conta de coisas muito melhores”, reflete a atriz, fora do ar em novelas há quatro anos, desde Salve Jorge, quando interpretou Buque (Globo). 

Solteira e sem filhos, Narjara se diverte sempre que alguém insinua que é lésbica

Vamos à luta
Cansada de dar com a cara na porta e com as reservas financeiras se esgotando, Narjara precisava se movimentar para ganhar dinheiro. Em conversa com uma conhecida, a atriz decidiu investir na venda de água de coco, em 2002. Com o orçamento apertado, ela pediu um carrinho de graça ao fabricante da marca, pois não teria como pagar. “A única coisa que tinha para oferecer era a propaganda”, lembra. A mãe, Maria Antônia, a ajudou rifar uma máquina fotográfica e, com o dinheiro, comprou o que precisava para colocar o carrinho na rua e trabalhar dignamente. “No primeiro dia eu não sabia nem onde enfiava a minha cara. Não sabia por onde começar. As duas estavam com vergonha. Ficamos em frente ao prédio onde moro, em Copacabana (Rio de Janeiro). “Tive clientes como Maitê Proença, e PP (Pedro Paulo Rangel). Meu travesseiro molhou várias vezes. É a tal história: chorava à noite e pela manhã estava linda e bela para vender meu coco.” Entre um intervalo e outro, foram dez anos marcando ponto na mesma região. Atualmente trabalha como dubladora e com seu canal no YouTube (www.youtube.com/c/Narjaraturetta) — ela também fez recentemente o filme É Fada, da youtuber Kéfera, interpretando uma secretária —, no qual mostra bastidores de seu dia, ela aposentou a função de comerciante, mas o carrinho continua em casa, muito bem guardado e conservado há seis anos. “Tenho histórias para contar. E quem quiser pode conferir tudo em um documentário sobre minha vida, que pretendo lançar em 2017. Estou procurando uma produtora de vídeos”, planeja.   

Sem frustrações
Solteira, a atriz admite sentir falta de ter uma família formada por ela própria. “Já namorei, fui noiva, mas não deu certo e aí você meio que deixa para lá. Gostaria de ter um companheiro, mas teria que ser o cara! Pois sou chata e muito exigente”, gargalha. “Muita gente até insinua que sou lésbica pelo fato de eu estar sozinha. Morro de rir! Se eu fosse, assumiria, não teria problema nenhum! Só porque não tenho um marido ou não sou vista constantemente com homens não quer dizer que eu seja. É muita patrulha”, reclama ela, que não descarta a maternidade. “Quem sabe daqui a um tempo não adote uma criança?”