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Nanda Costa: "Gosto de experimentar, arriscar"

Na pele de Sandra Helena em Pega Pega, ela não se deslumbra com a fama: é pé no chão, focada e firme em seus pensamentos

Por Ligia Andrade Publicado em 25/06/2017, às 12h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Nanda Costa - Jorge Bispo
Nanda Costa - Jorge Bispo
Nanda Costa, 30 anos, é uma atriz focada, um pouco séria quando está no set. Até um dia, quando teve um verdadeiro ataque de riso enquanto ensaiava uma das cenas da novela das 7, Pega Pega. Ali, alguma coisa mudou. “Fiquei empolgada porque o meu riso é sem som, contido. Nasceu a gargalhada da Sandra Helena, foi um risco. Ela é diferente de tudo o que já fiz”, festeja a intérprete da camareira que participou do roubo milionário do Carioca Palace, mote da trama. Não demorou muito para Nanda perceber que estava no caminho certo. “No Baixo Gávea (reduto boêmio carioca), com os amigos, vi que estavam comentando sobre isso, até uma mulher imitou. É gratificante, dá mais estímulo. É bom trabalhar com o que se ama e ter esse retorno positivo.” Em um momento tranquilo, a  atriz, natural de Paraty, Rio de Janeiro, está valorizando cada vez mais o bom humor. “Estou totalmente relax, sem me preocupar se estou bonita ou não – nem sei o meu peso. Estou fazendo as coisas que gosto e superfeliz”, destaca ela, que nunca se deslumbrou com a fama, não vê problemas em nudez e está investindo cada vez mais na carreira de cantora. “Gosto de experimentar, arriscar.” 


A atriz está encantada 
com a sua personagem na novela das 7. “Ela é muito louca!”

Qual foi sua reação ao se ver loira? 
Já tinha descolorido o cabelo para a série Romance Policial – Espinosa (GNT, 2015). A minha vaidade está em ser coerente com o trabalho. Estava no sertão, com cabelão (filmando As Costureiras). Fiz uma cena em que a personagem corta o cabelo com facão. Estava com aplique, mas tirei um pedaço do meu também. Para Sandra, precisamos alongar e não pode parecer um loiro muito sofisticado, de atriz de novela.

Quais os cuidados com os fios? 
O cabelo resseca para caramba, dá trabalho, mas não é um problema. O megahair coça... Saí da TV com a personagem que mais me marcou, a Morena (em Salve Jorge, Globo, 2012), que tinha o cabelo escuro, e volto loira. Fazem várias brincadeiras: ‘Ih, a morena está loira...’ E respondo: ‘Loira e com mania de grandeza’ (risos). Faço hidratação, reconstrução, demoro mais tempo para lavar, deixo a máscara agir.

O guarda-roupa mudou? 
Tenho usado mais branco, preto. Não é só pelo cabelo, tem a ver com a maturidade. O loiro já faz parte do figurino, traz uma personalidade forte, chama atenção.

Fazer humor é um desafio? 
Sempre fui mais leve, brincalhona, agora estou experimentando isso com essa personagem. Estou me divertindo, fazendo sem me preocupar se está dando certo ou não. Leio as cenas e fico curiosa, é um humor inteligente. Sandra Helena é muito louca, surpreendente, é diferente de tudo o que já fiz, não tem limites.


Os fios platinados recebem hidratação e reconstrução regularmente

O que faria com 10 milhões? 
A primeira coisa não seria ir a uma loja e comprar uma bolsa de grife (risos). Não sou consumista, nunca me importei com marca, sou do conforto. Uma coisa que amo é viajar. Também amo trabalhar, não importa o veículo – claro que com personagens estimulantes. Acho que já fiz coisas bem diferentes. Às vezes, tiro férias e fico entediada. Não aguento muito.

Levou o que aprendeu no Copacabana Palace para a sua casa? 
Aprendi a arrumar cama igual à de hotel, esticadinha. E a técnica de envelopar, mas não faço em casa. No começo, fazia para treinar. Na correria, dou uma esticadinha e coloco lençol de elástico.

Tem conseguido manter a rotina de treinos com o Método Híbrido Igarashi? (técnica que mistura pilates, levantamento de peso e kettlebell) 
Às vezes, consigo ir três vezes na semana. Ele sempre tenta me encaixar: 22h, 23h... Estava mais musculosa em Império (Globo, 2014). Dei uma relaxada, só percebo quando a calça apertou. 

Como está sua alimentação? 
Não como carne vermelha e tenho intolerância à lactose. De resto, como tudo com moderação. Prefiro tomar um chope com os amigos do que comer pizza. Não sou muito de chope, prefiro gim-tônica. Uma época foi caipirinha, na outra Aperol... 

Recentemente, você fez um ensaio seminua, que gerou uma repercussão...
Só tinha visto coisas positivas. O chato é colocarem que posei completamente nua. Até fiz uma brincadeira de que não tinha aparecido o ‘marisco’. Estava nua, mas não com o corpo completamente nu na foto. E qual o problema? Vou continuar fazendo o que me der vontade. Fiquei feliz com o resultado. Todo mundo é livre, estou ali dando a cara, pode falar o que quiserem. Já fiz uma Playboy (2013) – não vejo problemas em nudez –, um filme do Cláudio Assis (Febre do Rato)... Não é pela grana. O nu ainda é polêmica e, para mim, é algo natural. Lá fora, topless é tão normal...


A atriz não come carne vermelha e tem intolerância 
à lactose

Alguma crise com a chegada dos 30? 
Tem aquela coisa do Retorno de Saturno, tem gente que não acredita, mas o meu foi meio chatinho. Agora que passou, deu um alívio (risos). Ficava tensa, me cobrando, me exigindo. Agora faço o meu melhor e fico tranquila. São coisas que não estão na nossa mão, não tem o que fazer. Era muito controladora.

Está solteira ou namorando? 
Estou no “pega pega” (risos).

Você prefere conquistar ou gosta de ser conquistada?
Isso acontece. Quando é para ser, é, não dá para forçar, sentimos.

O que valoriza em uma relação? 
Parceria, lealdade, humor, leveza. A vida está tão difícil, vejo tanta coisa acontecendo, tanta desgraça por aí, que, às vezes, fica difícil. Quando se está com uma pessoa, uma parceria leve, divertida, fica mais prazeroso.

A maternidade é um desejo? 
Olha, passa pela minha cabeça, mas gosto de cuidar de um filho de cada vez. Minha filha agora é a Sandra Helena, vou cuidar dela com todo amor, carinho e dedicação. 

Você estreou na TV em Cobras & Lagartos (Globo, 2006). Como vê a sua trajetória nesses 11 anos? 
Sou supergrata a todas as oportunidades, a todas as personagens. Conquistei muita coisa, protagonizei uma novela das 9, ganhei prêmios, voltei ao ar... Só este ano vou lançar três longas no segundo semestre, tem mais uma série, a novela, não tenho do que reclamar. Sempre fui determinada, focada e tive muita sorte. Claro que quero mais. Tenho milhares de amigos assim. Talvez o que falte seja sorte. Tento ajudar da forma que posso. 


Em cena como Sandra Helena, ao lado de Bruna Spínola, em Pega Pega

O que fez nesse período fora da TV? 
Fiz o filme Partiu Paraguai, uma série chamada Natureza Morta (CineBrasil TV) e o filme As Costureiras – uma das personagens mais lindas que já tive. 

Você protagonizou Salve Jorge (Globo, 2012). Chegou a se deslumbrar?
Não. Em Salve Jorge, a vida social ficou mais difícil, fiquei sem encontrar os amigos, mas eles sempre entenderam que era por conta do volume de trabalho. Assim que acabou a novela, saí ligando para todo mundo. Minha avó sempre falava para mim: “A gente não perde nada sendo humilde, simpático”. Tenho interesse em conhecer as pessoas, em conversar, sou superaberta. Nunca deixei de fazer nada, frequento os mesmos lugares, ando de metrô, gosto de ir ao boteco, das coisas mais simples. Faço uma camareira, não quero ter este distanciamento.

O seu lado cantora também está cada vez mais forte...
Batida Nacional é um projeto muito legal do DJ DeepLick. É um bailão da música brasileira, que passa por vários ritmos, fiquei encantada. Fizemos uma festa, comecei a me divertir, mas nunca pensei: “Vou virar cantora”. Sou atriz, posso partir do princípio que todas as artes se encontram. Tem grafite, circo, interpretação... Conforme o tempo foi passando, comecei a compor também. Temos o álbum novo, Fruto, que vamos lançar (a percussionista Lan Lan também integra o grupo).

Você também está assinando o cenário e a direção do novo show da Lan Lan, não é mesmo?
Estou superfeliz. O show Batuque da Lan Lan foi a minha primeira direção. Ela me convidou para assistir ao ensaio e fomos desenhando juntas, fez sucesso. Recebi até outros convites, só não é uma coisa que penso em seguir agora, nem tenho tempo, é um leque que abri. Em 2018, quero estrear uma peça, um projeto meu – é melhor uma coisa de cada vez.


Nanda  também é cantora e diretora. Ela pretende 
fazer teatro