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Na pele de Germana, em Novo Mundo, Viviane Pasmanter dispara: "É maravilhoso se desprender da vaidade'

Referência de beleza, a atriz, irreconhecível como a desleixada Germana, de Novo Mundo, fala sobre o prazer de fazer algo tão diferente e, aos 46 anos, admite crise de idade

Por Tatiana Ferreira Publicado em 19/06/2017, às 18h31 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Viviane Pasmanter vive Germana em Novo Mundo - João Miguel Júnior/TV Globo
Viviane Pasmanter vive Germana em Novo Mundo - João Miguel Júnior/TV Globo
Ainda com resquícios de Germana, sua personagem da novela das 6, Novo Mundo (Globo), Viviane Pasmanter, 46 anos, chegou ao encontro da equipe de CONTIGO! nos Estúdios Globo, zona oeste do Rio de Janeiro. “Acabei de gravar, por isso ainda estou assim. Demora até limpar tudo. Tomar banho é um evento”, brinca ela, justificando os braços ainda pintados com restos da caracterização. Segundo a atriz, o trabalho é mesmo só no fim do dia. Para se transformar na “mocoronga”, garante que é jogo rápido. “Em uma hora já estou pronta. A maquiagem dela não tem drama, inclusive, a mais rápida que já fiz”, conta. “Queria dizer que não porque estou muito feia para dar uma valorizada, mas estaria mentindo”, diz, bem-humorada. 
Acostumada a estar sempre linda em suas personagens, Viviane, considerada referência de beleza desde sua estreia em novelas, há 26 anos, está em uma relação de amor com sua “ogra”. Despida de qualquer vaidade, desfruta de uma das experiências mais incríveis em sua carreira. “Nunca tive tanta liberdade em um personagem. É maravilhoso se desprender da vaidade, da obrigação de estar bonita. Isso é ótimo para uma atriz. Germana pode tudo e isso é muito bom”, comemora a artista, já escalada para a novela das 9, O Sétimo Guardião, de Aguinaldo Silva, 73, com previsão de estreia em maio do ano que vem. 

COMO TUDO COMEÇOU “Foi um processo. Digo que a Germana aconteceu a quatro mãos: as minhas e as do Vinícius Coimbra (diretor artístico). Eu era quase uma marionete. Ela nasceu muito rápido. De ler o texto até gravar, foram 20 dias. Foi muita dedicação para sair esta ogra maravilhosa.” 

ELA PODE TUDO “Quando o diretor, na primeira cena, me mandou enfiar cinco frangos à passarinho na boca de um cliente, pensei: ‘Bom, para onde vamos? Ok, agora ela pode tudo!’ Vi que tinha que ser um bicho (risos). Com ela, não tem uma linha tênue para andar. É muito bom.” 

MÃO NA MASSA “Já peguei o esquema da caracterização. O que tem demorado mais é colocar o aplique. A maquiagem é muito bruta. Para passar a base, vai de qualquer jeito. É muito rapidinho. Enquanto estou fazendo esta massa, tem gente fazendo a cruz, que é uma queloide nas costas. Aí vou adiantando a pele, a sobrancelha, que é só bagunçar. Faço a pinta e sujo o corpo. Para fazer uma maquiagem bonita é muito demorado. São horas em um olho, nos detalhes. A da Germana é muito mais fácil e prazerosa. Não tem pressão. Depois tem a lente, a prótese nos dentes, acabou”.

ZERO VAIDADE “Não tive o menor problema de me olhar feia. Não sou eu ali. Me distanciei muito, entende? Não existe a menor vaidade com visual, posição de câmera... Quanto mais estranha melhor (risos).”

CARAS E BOCAS “Esta personagem é quase uma entidade (risos). Não tinha este registro na minha vida, não faço caretas, nunca fui para o espelho treinar isso. Não é um lugar que imaginei e gosto, de verdade. Mas, em cena, elas estão lá e, como falei, quanto mais esquisito, melhor.”


Além de Novo Mundo, Viviane pode ser vista em Por Amor, onde interpretou a vilã Laura, há 20 anos, no Canal Viva

QUEM É VOCÊ? “Lidei muito bem com a versão feia, mas minha filha (Lara, 12), quando viu a foto da Germana, ficou revoltada e disse que não iria assistir. Ela cumpriu a palavra até poucas semanas. Estes dias estava vendo um capítulo e acabou dando uma espiadinha, acho que gostou da novela e esqueceu a promessa de não ver. Meu filho (Eduardo, 14) não foi tão resistente, mas quando fiquei morena, ele virava a cara (risos). Já eu adorei o cabelo escuro.” 

OUTRO PATAMAR “Talvez posso ser vista com outros olhos. Já fiz humor, mas não sou comediante. Este tipo de registro não gosto e nunca pensei em fazer. Gosto do crível e comédias tipo O Gordo e o Magro, não me agrada. Mas, ao mesmo tempo em que a Germana é um bufão, as pessoas compram, acreditam, por mais surreal que seja.”

GRATA SURPRESA “Está sendo um retorno inesperado e muito feliz. Não era para ser este estouro e nem tão profundo, no sentido de me colocar em um outro lugar na carreira. É gostoso e ao mesmo tempo fácil. Já fiz trabalhos maravilhosos, mas que nos levam a regiões difíceis de trabalhar, sofre-se muito até chegar lá. Já a Germana é gostosa de fazer, me divirto muito. Estudo, mas não é aquela coisa que me faz sofrer. E o mais doido foi como o público embarcou. Era uma aposta arriscada.”

DE VOLTA AO PASSADO “Assisti ao primeiro capítulo de Por Amor (onde interpretou a primeira vilã, Laura, há 20 anos), que está reprisando no Canal Viva. Vi coisas erradas, me incomodou, mas, ao mesmo tempo, já tem tantos anos, que me surpreende. Não tem muito eu ali. Mas não fico me vendo. Mais do que isso, fico lembrando muito da época, o que eu fazia, quem eram meus amigos... Isso deu uma nostalgia tão grande que parei de ver.”


A atriz já está escalada para a próxima novela das 9, de Aguinaldo Silva, O Sétimo Guardião, que deve estrear 
em maio de 2018

CRISE EXISTENCIAL “Tenho um pouco de crise, sim. Não é medo de envelhecer, mas não me sinto com a idade que tenho. Muito louco! O problema não é nem a crise física, todo mundo fala que não aparento minha idade e tudo certo, mas é saber que tenho. E tem uma coisa de se imaginar assim: estou com 46, será que não tinha que ser muito mais sábia? Ainda me sinto principiante em tanta coisa, não sei nada ainda.”

DEIXA ACONTECER “Talvez seja a tal maturidade, tenho tentado soltar o controle das coisas e deixar acontecer. Sei que planos são só planos. É uma coisa de deixar a vida me levar. Não adianta, a gente não tem controle de nada. O futuro não existe, é o presente. Tive tantas provas disso... Por exemplo, imaginei que estaria de férias, mudaria para São Paulo e aqui estou eu. Não fico imaginando mais nada.