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Mila Moreira: "Pensei em suicídio"

Com síndrome do pânico desde a infância, Mila Moreira, atualmente em A Lei do Amor, relembra momentos difíceis e conta como enfrenta a doença, hoje controlada com medicamentos

Por Tatiana Ferreira Publicado em 11/11/2016, às 13h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Mila Moreira: doença do pânico, remédios e depressão - Fabrizia Granatieri
Mila Moreira: doença do pânico, remédios e depressão - Fabrizia Granatieri
Solar e leve. É assim que Mila Moreira, a Gigi de A Lei do Amor (Globo), conduz sua vida do alto de seus 70 anos. “Adoro novidades, sou uma pessoa inquieta. Gosto de movimento, sair, ver os amigos, jantar fora, bater papo. Já viu que falo pra caramba, né?”, gargalha. No entanto, nem sempre foi assim. Vítima da síndrome do pânico desde criança, Mila passou por maus bocados. “Nasci com o pânico. Quando era interna, lembro das freiras chamando a minha mãe (Ilda, já falecida) achando que eu ia morrer”, conta. Entre os motivos de ter desencadeado a doença tão cedo, ela acredita ter sido por um problema com o qual nasceu, no coração. “Tenho prolapso de válvula mitral (mau fechamento das válvulas do coração), que causa palpitação e me fazia ter a sensação de estar morrendo. Passei a vida com minha mãe chorando, achando que eu iria morrer do coração.” 

O diagnóstico do pânico só aconteceu muitos anos depois, quando a situação ficou insustentável. “Os ataques estavam cada vez mais frequentes e começou a me atrapalhar no trabalho. Na época, estava em Meu Bem, Meu Mal (Globo, 1990) e muitas vezes tive de abandonar a gravação e ir para a casa. Fiquei tão desgastada, que cheguei a pesar 48 quilos. Dava para ver todas as minhas costelas. Um nojo!”, confessa a atriz, que, em seguida, iniciou o tratamento. No entanto, a adaptação aos remédios tiveram como efeito colateral crises ainda mais intensas, o que a levou a parar de tomar as drogas. “Com o fim da novela, viajei para a Europa e depois a Nova York e fiquei muito mal. Durante um passeio na praia, desejei entrar no mar e ir embora. Pensei em suicídio, mas sou muito covarde para isso. Depois desse episódio, voltei ao Brasil e decidi me tratar. Tenho que me medicar a vida toda.”

Movida a paixões
São seis ou sete casamentos (ela não lembra ao certo) ­– entre eles, com os atores Gracindo Júnior, 73, e Luis Gustavo, 82 – que dão a Mila propriedade para dizer que é movida à paixão. “Sempre trabalhei e graças a Deus me sustentei a vida inteira. Nunca precisei de homem para viver e não tive filhos. Então não tenho razão alguma para ficar com uma pessoa a não ser pela paixão. Só fico porque está gostoso e agradável.”

Questionada sobre o estado civil atual, faz mistério. “Estou sempre namorando, viva e apaixonada”, diz saindo pela tangente. Bem-resolvida, fala sem tabus sobre a ausência de filhos. “No primeiro casamento, teve um momento em que achei que estivesse grávida e fiquei feliz. Mas quando vi que não estava, senti uma leveza, uma alegria de não estar presa a nada. Foi aí que entendi que, para mim, a liberdade era melhor que tudo. Não sinto falta de filhos.” E, apesar de não ter parido, a maternidade é exercida frequentemente. “Destes casamentos, tive três enteadas que me consideram mãe e tenho dois sobrinhos. Talvez seja por isso que não sinto falta da maternidade, pois exerço com eles.” 

De repente, 70
Sucesso como modelo na década de 1970, Mila diz nunca ter se deslumbrado com as passarelas ou capas de revista. “A minha mãe nunca na vida me fez elogio. Dizia sempre que eu era a pior em tudo. Era uma baixa estima o tempo inteiro. Nunca achei que era especial. Em compensação, nunca nada me subiu à cabeça. Mas, apesar das duras palavras, ela tinha razão. Já fui a boneca da vez, a modelo e a novidade da TV. Tudo passou”, garante.

Com o espírito jovial, só lembra dos 70 anos, quando, depois de uma boa diversão, o corpo dá sinais de que o tempo passou. “Só lido com a idade na hora em que eu acordo e dói alguma coisa, mas, de resto, não lembro, é uma vergonha. Nem ligo! Faço as maiores estripulias que você possa imaginar”, admite. Questionada sobre a libido, garante estar tudo em perfeito estado. “A chegada da idade nunca tirou a minha segurança sexual. É um tabu tudo isso. Faço reposição hormonal para viver bem com tudo o que a vida me oferece enquanto tiver vigor”, diverte-se. 


Mila Moreira (Foto: Fabrizia Granatieri)
Mila Moreira (Foto: Fabrizia Granatieri)