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Mara Maravilha: "Sou do bem, mesmo parecendo arredia"

Mara Maravilha retorna ao SBT no Fofocalizando, fala sobre personalidade forte e revela que será mãe ainda neste ano

Daniel Lopes Publicado em 20/02/2017, às 14h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Mara Maravilha - Paulo Santos
Mara Maravilha - Paulo Santos
Trinta anos de carreira, programas de TV, mais de 30 discos lançados e turnês ao redor do mundo. Em 2015, a participação em A Fazenda, reality show da Record TV, trouxe Mara Maravilha, 48 anos, de volta aos holofotes. Depois de deixar o reality, a cantora assumiu a apresentação do Fofocalizando no SBT, sua primeira casa há mais de 20 anos. “É meu grande sonho realizado estar de volta”, conta Mara em entrevista exclusiva à CONTIGO!. Um dos maiores ícones dos anos 1980, ela fala sobre sua personalidade forte, fé e as mudanças trazidas pelo amadurecimento nos últimos anos.


Como está sendo o retorno à TV? 
Fui muito bem recebida de volta. Estou assumindo meu lado adulto. Eu nunca consegui ser simplesmente um produto. Sempre fui muito autêntica. Amo trabalhar com crianças, mas estou reconquistando meu espaço através de uma linguagem diferente. O programa está evoluindo... A gente é muito sincero, falamos tudo na cara um do outro. Mas nos respeitamos, somos um time de verdade. Todo mundo trabalha com muita vontade. Ter um programa diário por uma hora não é pra qualquer um.

Retornar ao SBT tem gostinho especial? 
As pessoas de lá foram muito generosas comigo. Eu fiquei 20 anos na estrada, demorei a voltar a ser apresentadora. A gente tem que multiplicar nosso talento, eu senti vontade de mudar. Estava cansada de avião, de estrada, de hotel. Agora tenho o fim de semana mais livre, posso visitar um amigo. Do lado pessoal, é ótimo.

Se arrepende de ter participado do programa A Fazenda
Ela foi importante pra minha trajetória. Eu não enxergava as coisas da mesma forma. Eu conheci o lado ruim das pessoas, o lado ruim de nós mesmos. Eu era muito iludida e lá eu senti tudo na pele. Foi totalmente diferente do que eu imaginei. Pensava que ia ganhar todo mundo através da minha fé, da minha palavra. Achei que seria fácil. Eu entrei lá pensando que eu precisava dar audiência também, ser a protagonista. Logo que eu saí, estava destruída. Mas hoje eu vejo que foi fundamental. Como pessoa e profissionalmente. Não tenho dúvidas de que abriu portas para mim porque mostrou a Mara porreta, autêntica, a Mara verdadeira.


Acha que é julgada de forma errada? 
Fazem três anos que minha mãe faleceu e me peguei refletindo sobre a influência dos pais. Acabei enxergando esse lado forte, nordestino, porreta da minha mãe em mim. E eu quero abraçar isso, dar valor. Eu não sou uma pessoa morna. Gosto de intensidade, de mergulhar em tudo. As pessoas se ofendem. Mas eu te asseguro que sou do bem, mesmo parecendo arredia. Minha sinceridade assusta. Já me incomodei muito com o que falavam de mim. As pessoas tentam pintar a Mara como uma pessoa polêmica, mas eu faço do limão uma limonada. Sou igual a clara de ovo: quanto mais batem, mais eu cresço. Se eu quiser ser gentil, eu serei. Se quiser falar, vou falar. Não tenho rabo preso com ninguém, não devo satisfação, meu nome é limpo.

Qual é o papel da religião para você? 
As pessoas pensam que estou desviada, mas não é a verdade. Continuo indo à igreja, jejuando, dando meu dízimo. Estar na TV não me impede de ser religiosa. O mais importante que eu tenho é a minha fé. Meu talento pode ser questionado, minha fé não. Eu sou julgada pelo pessoal da própria igreja. Eu acredito que sem fé é impossível agradar a Deus. Meu nome tem o carimbo da fé.

Considera-se tolerante? 
Temos que aliar a fé com a tolerância. Eu sou vítima de calúnias. Eu penso de um jeito e me descrevem de maneira oposta. Deus não faz diferença entre pessoas. Me colocam muitos rótulos por eu ser evangélica, mas eu sei o que eu sou. E isso é o que prevalece, por isso não me abalo. Eu sei que eu não sou homofóbica, eu sei que eu não sou preconceituosa. Eu tenho sede de aprender, de crescer, de evoluir. Eu questiono tudo. Eu não tenho rédeas, eu tenho asas. É uma nova versão da Mara.


Como lida com a fama? 
Cheguei num patamar que sou reconhecida, mas posso sair para onde quiser. Eu vou à feira. Vou à padaria, ao mercado. Faço tudo andando pelo meu bairro. As pessoas me reconhecem e vêm falar comigo. Eles me dizem o que acham do programa e eu adoro. Eu não faço questão de estar maquiada para tirar uma foto, não preciso estar produzida para encontrar meus fãs.

A idade assusta? 
Minha mãe morreu muito jovem. Não bebo refrigerante, açúcar, só das frutas. Não como frituras. Quero continuar me cuidando, ter muita saúde. Pode parecer que eu quero fazer tudo perfeito, mas eu estou me amando. Eu me cuido muito. Hoje eu sou vegana e isso tem me ajudado muito. Estou com quase 50 e consigo estar bem fisicamente. Minha grande batalha era envelhecer e acabar ficando gorda, mas caiu a ficha que eu precisava me cuidar, praticar atividade física, ter uma alimentação saudável. Encontrei meu eixo.

E o sonho de ser mãe? 
Eu não posso mais engravidar pela minha idade. Agora, eu amadureci a ideia de adoção e já está no processo. Na hora certa vai acontecer. Já entramos (Mara vive com o namorado, Gabriel Torres, 24, com quem está desde 2015) com o recurso, eu acredito que ainda esse ano já vamos conseguir. Eu creio que agora estou plena para viver essa experiência. Tem vindo coisas muito boas pra mim e esse seria o presente que arremataria tudo.


Que tipo de mãe espera ser? 
Me imagino sendo uma mãe que passa valores para o meu filho. Nada material e, sim, de caráter. Hoje, o mundo está muito materialista. Eu sou alguém que dá valor às coisas simples e quero que ele tenha essa minha essência. Quero ele saudável, inteligente, mas, acima de tudo, uma pessoa boa.

Quais são os desejos para o futuro? 
Eu sou viciada em audiência. Gosto mais do que sexo. Não tenho medo de fracassar, sou ansiosa para acertar. Fico pensando sempre em maneiras de deixar o programa mais interessante. Tenho o DNA do Silvio Santos (85). Eu quero ser importante para as pessoas. Não tenho inveja, não quero nada dos outros. Quero o que é meu.