Para dar vida à noviça Fabiana, sua personagem em Carinha de Anjo, ela enfrentou diversos desafios. Perto dos 40 anos, a atriz não sente o peso da idade e declara que o importante é evoluir cada vez mais
Ao encontrar a equipe de
CONTIGO!,
Karin Hils, 38 anos, parece um tanto tímida. Mas, aos poucos, após alguns minutos de conversa, ela mostra que assim como sua personagem, a noviça Fabiana, em
Carinha de Anjo (SBT), é engraçada e espontânea.
“Com ela, fui aprendendo, me descobrindo e, principalmente, me divertindo. A gente sempre empresta várias coisas de nós mesmos para um personagem. Hoje sei que a Fabiana é a minha melhor parte. Fez eu me conectar comigo mesma, reconhecer um outro lado meu”, conta.
Para interpretar Fabiana, Karin brinca que só precisou ser feliz comendo, já que a personagem não resiste a quitutesO convite veio quando Karin menos esperava. Ela, que havia acabado de encerrar a última temporada de
Pé na Cova (Globo) e se despedido da protagonista do musical
Mudança de Hábito, jamais imaginou usar os trajes de uma freira novamente.
“Tinha passado por um período bem agitado, mas fiquei muito feliz. De cara, pensei que seria um papel até que parecido com o do musical, me joguei e fui feliz comendo (risos). Me disseram: ‘Karin, precisamos de uma atriz gordinha e marcante. Na época, eu não estava me considerando gordinha, mas marcante eu sei ser. Sem contar que aquele figurino dá uma enchida também. Confesso que não precisei engordar, mas engordei (risos). Tenho mudado meus hábitos alimentares, afinal, tenho uma vida aqui fora”, diz ela, atualmente com 75 quilos bem distribuídos em seu 1,65 metro de altura.
Com 75 quilos e 1,65 metro de altura, a atriz tem se cuidado com alimentação regrada e aula de pilates
Mas chegar ao ápice na trama infantil não foi tão fácil. Apesar da bagagem em novelas, Karin reconhece os desafios (e medos!) que enfrentou. “Diferentemente do teatro, na televisão sempre me pediram para ser menos. Neste trabalho foi ao contrário, eu precisava ser mais. Tive que confiar nos meus diretores e na minha intuição para não perder o controle. As coisas que a Fabiana faz, a maneira que ela come... Hoje me vejo em cena e não tenho medo de parecer ridícula, feia, estou entregue. Ela é um meme vivo, e a princípio isso assusta um pouco, mas se é esse o caminho, vamos embora”, diverte-se.
DE REPENTE, 40?
Em fevereiro, quando fez aniversário, Karin já sabia bem qual tema escolheria para comemorar.
“Fiz de repente, 30”, brinca. A chegada dos 40 anos não assusta a atriz.
“Idade, para mim, não é um problema. Eu não aparento, não sinto, meu estado de espírito e meu modo de ver a vida não dizem. Mas está na minha carteira de identidade. Quando digo que estou chegando nos 40, ninguém acredita, então acho que vou começar a mentir a idade! Para mim, é só um numeral”, declara, sem abrir mão de seus cuidados de beleza.
“Não fico sem protetor solar. Como é difícil achar um que seja no tom da minha pele, acabo passando uma maquiagem junto.”
Quando não está trabalhando, Karin garante que é como qualquer outra mulher: “Gosto de cuidar pessoalmente das minhas coisas”Por outro lado, as experiências trazidas com o passar dos anos só agregaram e agora Karin quer apenas uma coisa: continuar evoluindo!
“Sinto que me amadureci, graças a Deus. Minha primeira arte é a música, eu sou cantora, sempre serei. Mas esse lance de atuação me deu o desejo de me tornar uma grande atriz. Quero trabalhar para isso, estudar, criar oportunidades a fim de exercitar esse lado. É uma coisa que as pessoas viam em mim e eu mesma não enxergava. Hoje, quando me assisto, sinto que estou sendo mais generosa comigo, aceitando mais meu trabalho, e até me elogiando (risos).” Entre suas principais inspirações, estão estrelas como Arlete Salles, 75, Miguel Falabella, 60, e Edson Celulari, 59. “
Não é facil aprender fazendo. Me lembro da primeira vez que pisei num palco. Não entendia quase nada, me sentia perdida. Comecei com as melhores estrelas desse Brasil como referência. Ficava hipnotizada com eles e eu quero chegar lá. Pode até ser muita pretensão, mas a gente precisa de um pouquinho, senão a vida não cresce.”
Solteira, Karin se sente pronta para encarar um relacionamento, desde que seja para somar. “Sou focada em minha carreira. A pessoa que vier, terá que agregar a isso”
Karin também não esconde o carinho que ainda mantém por Marília Pêra (1943-2015). “Para mim, ela era como se fosse uma santa. Quando eu pisava no palco, pensava nela e na Arlete, duas das grandes atrizes que me ensinaram muita coisa. E até hoje continuam na minha mente, no meu coração”, entrega.
MARCADO NA MEMÓRIA
Mesmo com o fim do grupo Rouge, em 2005, o reconhecimento do público permanece o mesmo. Ainda mais agora, que Karin retomou o trabalho com o público infantil.
“É muito gostoso receber carinho e saber que nosso trabalho está agradando tanta gente. Tenho o privilégio de mais uma vez apresentar meu trabalho para o público infantil que é especial, sincero e tem uma manifestação muito pura. Mas o mais legal é que algumas das pessoas que hoje são mães de filhos que assistem a novela eram fãs do grupo. E as crianças que eu trabalho hoje e não sabiam o que era Rouge, agora sabem, dançam Ragatanga. Isso é muito bom”, conta ela, sem receio de relembrar o passado.
“Sou ex-Rouge, não tenho como negar. Óbvio que quero que as pessoas me reconheçam pelo o que estou fazendo hoje, porém, entendo que cada trabalho transita em meio a um público diferente. O Rouge é um marco na minha vida e não abro mão disso”, garante.
Na hora de se vestir, ela considera-se pouco vaidosa. “Gosto de me sentir bem”
