Contigo!
Busca
Facebook Contigo!Twitter Contigo!Instagram Contigo!Youtube Contigo!Tiktok Contigo!Spotify Contigo!

Conheça tudo sobre a nova montagem do musical Les Misérables

O espetáculo está conquistando o Brasil e CONTIGO! foi até os bastidores para trazer todos os segredos e histórias desse elenco, que conta com o espanhol Daniel Diges como um dos protagonistas

Por Tainá Goulart / Fotos: Rogerio Pallatta, Divulgação e Brazilnews Publicado em 12/04/2017, às 17h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Nando Pradho  (à esq.), como Javert, e o ator espanhol Daniel Diges, como Jean Valjean, são os protagonistas do musical Les Misérables, que está em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo. Dos lados, suas respectivas versões envelhecidas - Fotos: Rogerio Pallatta, Divulgação e Brazilnews
Nando Pradho (à esq.), como Javert, e o ator espanhol Daniel Diges, como Jean Valjean, são os protagonistas do musical Les Misérables, que está em cartaz no Teatro Renault, em São Paulo. Dos lados, suas respectivas versões envelhecidas - Fotos: Rogerio Pallatta, Divulgação e Brazilnews
Ao entrar no teatro Renault, na zona sul de São Paulo, a visão que se tem do palco é um tanto sinistra. Barris incendiados, pedaços de madeira empoeirados e prédios velhos são alguns dos elementos que compõem o cenário impressionante do musical Les Misérables, espetáculo baseado na obra homônima do escritor francês Victor Hugo (1802-1885), encenada pela segunda vez no Brasil – a primeira foi em 2001. Os figurinos sujos e envelhecidos dos atores também se misturam ao ambiente hostil que narra a história de Jean Valjean, preso por 19 anos por ter roubado um pão e perseguido pelo rígido inspetor Javert, após desrespeitar a liberdade condicional. Na pele do prisioneiro está o ator espanhol Daniel Diges, 36 anos, que deixou a mulher e os dois filhos pequenos para vir ao país. “É a minha maior saudade, o único lado bom é poder construir o personagem. Ele também precisa fazer de tudo para ver quem ele ama bem”, comenta ele, que nunca tinha colocado os pés por aqui. Desde sua chegada, no começo de janeiro, a rotina do protagonista tem sido intensa, com pouquíssimo tempo para as aulas de português. “Eu tive ajuda de uma portuguesa, mas falhei no sotaque (risos)! Precisei reaprender tudo em menos de oito semanas de ensaios. O elenco é incrível e me dá muito apoio, me ajuda com leituras, filmes… Até o fim da temporada, eu vou ser fluente”, garante Daniel.

O elenco conta com 57 pessoas, entre eles vários jovens e até adolescentes

Musical de desafios
Se a linguagem é o desafio do ‘gringo’, o de Nando Pradho são as notas musicais. “Eu sou tenor e o Javert é barítono, ou seja, ele canta mais grave. É difícil para alcançar essa região da voz e ainda executar a música com potência e brilho. Na hora de aquecer, prefiro fazer poucos exercícios, para deixar a minha voz mais grave”, revela ele, cujo último trabalho na TV foi o também vilão Geraldo, na novela infantil Cúmplices de Um Resgate (SBT). Para Kacau Gomes, 40, intérprete de Fantine, é outra que precisa fortalecer as cordas vocais para encarar uma das músicas mais conhecidas da peça, I Dreamed a Dream. “É um momento muito intenso da peça. Meu filho, de quase 2 anos, está no Rio de Janeiro com o meu marido e a ausência dele é quase a mesma história da Fantine. Entendo o que ela faz pela filha, pois eu faria de tudo para o meu menino”, enfatiza ela, que usa uma roupa de proteção emborrachada, por baixo do figurino, para aguentar as porradas que leva em cena.

Nova geração de talentos
Dos 57 artistas no palco, mais da metade tem menos de 30 anos. É o caso do casal romântico do espetáculo, a Clara Verdier, 27, e Filipe Bragança, 16, que faz seu debut nos musicais depois de estrelar o filme Eu Fico Loko – O Filme, sobre a vida do youtuber Christian Figueiredo, 22. “Eu praticamente ganhei uma segunda chance, pois a produção inglesa achou que minha voz não estava madura o suficiente. Mas fui lá, pedi pra audicionar novamente, pois tinha estudado muito, e consegui o papel”, conta o estreante como Marius. Já a companheira só recebeu permissão para seguir seu sonho no teatro após passar na Fundação Getulio Vargas (FGV) e se formar em Administração a pedido dos pais. “A Cosette é a mocinha do livro, porém, é também uma mulher forte e decidida. Sou um pouco como ela, tenho minha delicadeza, mas não fujo das pedras do meu caminho. Confesso que sou meio nerd (risos) e estudei o livro do Victor Hugo por inteiro, várias vezes. Meu objetivo é fazer jus à princesa desconstruída desse musical.” E é com essa galera novata que a diretora residente Rachel Ripani, 41, quer trabalhar bastante o texto. “Antes de todas as sessões, eu reúno todos para uma espécie de aula de teatro. Existem muitos bailarinos e cantores que não têm formação teatral e meu papel como diretora é ensiná-los. Eu preciso subornar alguns mais sabidinhos com comida, por isso trago brownies caseiros”, brinca.