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Conheça o que acontece por trás do musical O Homem de La Mancha!

Em sua segunda temporada na capital paulista, a peça reinterpreta o clássico espanhol com uma riqueza majestosa de detalhes, tanto de figurino, quanto de cenário

Por Tainá Goulart Publicado em 27/04/2017, às 19h00 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Na segunda montagem de O Homem de La Mancha, no Teatro Alfa, em São Paulo, Cleto Baccic (no centro) emociona o público durante o número  O Sonho Impossível - Fotos: Paulo Santos e João Caldas
Na segunda montagem de O Homem de La Mancha, no Teatro Alfa, em São Paulo, Cleto Baccic (no centro) emociona o público durante o número O Sonho Impossível - Fotos: Paulo Santos e João Caldas
"O maior pecado de todos é ver a vida como ela é, e não como ela deveria ser.” Essa é uma das frases mais repetidas pelo protagonista do musical O Homem de La Mancha, interpretado por Cleto Baccic, 47 anos. Ela é também uma das favoritas do diretor da peça, o ator Miguel Falabella, 60, que resolveu contar a história de Miguel de Cervantes (1547-1616), poeta, ator e coletor de impostos, preso pela Inquisição, e de seu fiel escudeiro, Sancho, em uma nova ambientação, um manicômio do final dos anos 1930. “Quando fui convidado para dirigir o musical, imediatamente lembrei de outro visionário, Arthur Bispo do Rosário, um dos grandes artistas plásticos brasileiros, que viveu internado na Colônia Juliano Moreira, um hospital psiquiátrico. Achei que seria interessante juntar esses dois visionários em cena”, explica Miguel. 

Cleto com Miguel Falabella e Noedja Bacic nos bastidores e fazendo uma oração antes de entrar no palco

Com essa ideia, a estrutura metálica circular, de oito metros de altura, os mais de 800 m2 de tecido pintado à mão, com várias letras repetidas, e os figurinos preciosos (veja box na página 77) deram forma à loucura dos internos, hoje em sua segunda temporada, no Teatro Alfa, em São Paulo. “Batalhamos quase um ano e meio para voltar a esse novo desafio. Nada mudou em relação à primeira, no Teatro do Sesi-SP, o enredo, os figurinos e o cenário continuam os mesmos. O que foi adicionado foi o peso de ter ganho o prêmio APCA de Melhor Ator e a peça de Melhor Espetáculo, em 2014. Subir as escadas, agora, tem um adicional imenso de responsabilidade e eu adoro este tipo de desafio. É uma honra poder levar cultura para todas as faixas etárias e financeiras, afinal, na montagem de estreia, não cobramos ingressos”, relembra Cleto, emocionado. “Lembro de ouvir histórias de casais que se conheceram aqui, de pessoas que traziam parentes distantes para comemorar aniversários… Eu tenho certeza de que o nosso projeto mudou a vida de muitas pessoas!”, afirma.  

Cleto (deitado) repassa uma das cenas do musical com parte do elenco para certificar que está perfeita

Momento emocionante
Uma das cenas mais marcantes do musical é quando Cleto canta Um Sonho Impossível, música que ficou famosa e já foi cantada por Elvis Presley (1935-1977). No palco, mais de 25 mil lâmpadas de fibra ótica e 800 litros de CO2 líquido são usados para o momento emocionante, que faz a plateia quase parar de respirar. Ao lado do protagonista está Aldonza, outra figura marcante, interpretada pela veterana de musicais Sara Sarres, 36. “Voltar é revisitar um personagem antigo. Você traz a experiência da primeira temporada e toda vivência que teve até agora. Então, eu percebi que os atores chegaram mais maduros e os números estão mais intensos. O meu desafio é trazer um dos personagens mais difíceis do repertório do teatro musical para o palco. Aldonza é amarga, mas tem uma transformação incrível e isso é exigente tanto física, quanto vocal”, conta ela, que já estrelou obras como O Fantasma da Ópera e Les Misérables. Os encontros e papéis que a gente tem na vida, seja dentro ou fora do ambiente de trabalho, são incríveis. As personagens da minha carreira se somam e não se anulam.” 

Sara Sarres traz sua bagagem musical para o drama de Aldonza, outra protagonista da peça. “As personagens da minha carreira se somam e não se anulam”  

Fãs dos bastidores
Bianca Tadini, 36, a Antônia, é estreante na montagem e conta que foi recebida pelos colegas de forma muito acolhedora. “Eu já era fã da história e fiquei feliz com a oportunidade. Peguei o bonde andando, mas parece que começamos todos juntos. É uma peça linda, que toca de uma forma muito única. Tive um mês para levantar tudo, assim como meus colegas novatos. O bom é que meu figurino é um dos mais bonitos (risos), ele me permite brincar muito com a personalidade em cima do muro da Antônia, cujo apelido é Santa do Pau Oco, a ‘falsiane’ da história”, brinca Bianca, que protagonizou Cinderella e Evita. “O legal é poder ver e ouvir a Sara e o Cleto em ação, quase sempre tem alguém na coxia assistindo, eu sou uma delas!”