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Xuxa vira vegana: "Não quero matar bichos"

Colunista de CONTIGO!, a apresentadora fala sobre a decisão de parar de comer carne

por Xuxa Meneghel Publicado em 02/03/2018, às 15h26 - Atualizado em 07/08/2019, às 17h45

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Xuxa - Blad Meneghel
Xuxa - Blad Meneghel

Esta coluna é para esclarecer, REFLETIR e desabafar. No dia 08/01, virei vegana — mas não me considero 100%, pois ainda uso roupas feitas com material animal. Já no quesito alimentação, desde que nasci, tenho dificuldades para digerir bichos, seja carne bovina, frango... Quando tentava, ficava com afta, dores no estômago, má digestão... Sentia dores de barriga até com leite e queijo. Nunca comi porco ou salame. Cachorro-quente? Só pão e molho. Mais tarde descobri que algumas pessoas não digerem bem a proteína animal. Mas o que fazer se nasci no sul do país, região em que comer carne era como beber água? E há 54 anos ninguém falava de comida natural, macrobiótica, vegetariana ou vegana.


Massagem e bolsa de água quente
Para evitar os sintomas que comer carne e alguns derivados animais me causava, passei a vida com azul de metileno na boca, recebendo massagens com bolsa de água quente e tomando remédios antigástricos. Para eu não sofrer tanto, minha mãe dizia para mastigar a carne e jogar o bagaço. E, uma vez por semana, comia fígado, pois falavam que precisávamos do ferro contido nele. Depois de penar muito, aos 13 anos parei abandonei a carne vermelha. Aos 25, o frango. Mais tarde, o ovo, pois achei um quase pintinho na frigideira. Segui com leite e queijo sem lactose e, uma vez por semana, peixe. Afinal, diziam que a tal proteína animal era necessária. 
De um tempo pra cá, queijo e alguns iogurtes (tudo sem lactose), começaram a me fazer mal. O problema pode estar relacionado a uma enzima. Logo, me esforçava para comer peixe e outros derivados de bichos.


“Não quero mais matar bichos”
Então, o Junno me apresentou o documentário Terráqueos. Uau! Parei de ver algumas vezes, não queria assistir até o final, chorei e me senti péssima por fazer parte disso tudo... Logo em seguida vi What The Health (Que Raio de Saúde). Eles mostram que não precisamos da tal proteína animal. Aliás, hoje, comer proteína animal é querer, no mínimo, ter um câncer. Enfim, deu pra mim! Não quero mais matar bichos ou me alimentar deles.
No meu Instagram, postei imagens do Terráqueos e, em seguida, fotos de produtos deliciosos que ganhei da tribo dos veganos. Para a minha surpresa, fui muito criticada. Respondi com a imagem de uma vaca sendo cortada em comparação à uma alface fatiada para verem a diferença. Fui cru-ci-fi-ca-da! No texto, expliquei que papo de vegano era chato e exigia respeito pela minha escolha. Agora, peço desculpas aos veganos que só não querem fazer parte da indústria da carne e dos matadouros: o papo de vocês não é chato (tem gente chata em qualquer tribo). Usei a expressão errada. Chatas são as pessoas que não querem ver, ouvir ou se informar e ainda dizem que estamos errados. Por que na embalagem da carne não informam a origem do produto e que ela pode ser responsável por doenças, assim como está escrito no cigarro. 


A tribo dos “chatos”
Assim, quem quiser se matar ou fazer parte da matança toma essa decisão conscientemente. Muita gente acredita que o bichinho morre feliz para matar a fome dos humanos e fala cada atrocidade para defender essa teoria, chegam até a citar a Bíblia... Descobri que faço parte da tribo dos “chatos”, um grupo que não quer mais repetir que ama os bichos, mas se alimenta deles. Uma galera muito criticada, pois ninguém gosta de assumir que, para o próprio bem, é preciso causar sofrimento e morte.
Estou com quase 55 anos e descobri tudo isso muito tarde. Mas, quem sabe, os meus netos e seus amigos não precisarão se envergonhar por tantos erros cometidos por nós.
Deixo o primeiro mandamento de alguém que consideramos muito especial: NÃO MATARÁS!